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 | 16/06/2008 07h27min

Dirigente da Confederação Nacional da Agricultura critica ações do MST

Deputado federal Adão Pretto responde a Leôncio Brito em defesa à causa sem-terra

O objetivo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é usar os meios democráticos de diálogo na sociedade para acabar com a própria democracia. Essa é a opinião do presidente da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários e Indígenas da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Leôncio Brito. O deputado Adão Pretto (PT-RS) contesta a avaliação do dirigente da entidade e lembra que os ruralistas também já promoveram ocupações de áreas públicas.

Brito afirmou que as potencialidades brasileiras no agronegócio fazem com que temas de interesse nacional, como as questões indígenas, quilombolas e fundiárias, sejam usadas “para trazer insegurança ao campo”.

No entanto, ele disse que a sociedade, tanto urbana quanto rural, “está tomando conhecimento que essas ações não estão querendo defender ninguém, estão querendo apenas mudar o regime político, acabar com a democracia, por meio da própria democracia”.

Brito ressaltou que o agronegócio tem colocado o Brasil em uma posição de destaque, apesar de a produção de alimentos ocupar um pequeno espaço no território do país.

– A agricultura e a pecuária juntos somam 240 milhões de hectares. Os assentamentos, que são quase 8 mil, têm 77 milhões de hectares. Eu gostaria de saber qual é a produção e a produtividade deles – disse.

Apesar das críticas, Leôncio Brito reconhece que ainda é necessário organizar a regularização fundiária no Brasil.

– Não se sabe exatamente na Amazônia, por exemplo, se é realmente 66% de terras públicas e 34% de particulares, o que se sabe é que o agronegócio tem a menor área nos 851 milhões de hectares (do território brasileiro) – afirmou.

Em resposta às afirmações de Brito, o deputado federal Adão Pretto (PT-RS), ligado aos trabalhadores sem-terra, afirmou que os grandes proprietários rurais estão preocupados com a atenção que a sociedade tem dado à falta de alimentos no mundo.

– E quem produz os alimentos é a pequena agricultura, são os assentados, é a agricultura familiar. Esse é o povo que produz mais de 70% dos alimentos que o nosso povo consome – afirmou Pretto.

– Essa marcha (realizada esta semana em vários pontos do país) foi para isso, para abrir os olhos da sociedade de que o agronegócio, a agricultura patronal é responsável por tudo isso que está ocorrendo – acrescentou o deputado, em referência também à degradação do meio ambiente, além dos preços de alimentos.

AGÊNCIA BRASIL
 
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