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 | 11/06/2008 05h53min

Presidente do TCE evita ligar o celular

Investigado, João Luiz Vargas quer proteger quem faz ligações a ele

Enquanto tomava um chá de frutas vermelhas, o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), João Luiz Vargas, disse na tarde de terça-feira não estar contrariado com a investigação da Corregedoria do tribunal. Por precaução, o presidente, que não pretende deixar o cargo, evita usar o telefone celular. O aparelho permanece desligado.

— Quero proteger quem me liga e a instituição a que pertenço. Da forma exacerbada que estão tratando isso, pode trazer um comprometimento — afirmou o conselheiro.

Clique abaixo e veja infográfico sobre a crise no governo



A seguir, leia a síntese da entrevista concedida a Zero Hora:

Zero Hora - O senhor está incomodado com a investigação?

João Luiz Vargas
- De jeito nenhum. Hoje (ontem) me coloquei à disposição do corregedor Helio Mileski. Pedi que ele visse de que forma posso atender a qualquer preocupação do tribunal. O TCE não está omisso. O corregedor tem autonomia.

ZH - O senhor não teme prejuízo a sua imagem e à do TCE?

Vargas
- Tenho me declarado impedido de votar assuntos relacionados ao Detran para não criar constrangimento. Mas é impossível proibir que as pessoas, em uma gravação, digam isso ou aquilo.

ZH - O senhor pretende se afastar do cargo?

Vargas
- Não vejo nenhuma razão para eu me afastar. Não tenho nada a ver com isso. Ninguém me pediu para me afastar e não há motivo. Mesmo que me licenciasse da presidência, manteria o foro privilegiado. A questão não é essa.

ZH - O clima está ruim no TCE?

Vargas
- Não sinto nenhum mal-estar. Ninguém me disse estar constrangido ou demonstra incômodo. A minha inserção do tribunal continua a mesma. Só tenho amigos no tribunal. Graças a essa amizade, as pessoas são muito carinhosas.

ZH - A Corregedoria não conseguirá apurar nada a seu respeito?

Vargas
- Eu não posso prejulgar e dizer que não vai dar nada. É uma situação que está se iniciando agora.

ZH - O senhor está constrangido?

Vargas -
Não. As gravações expressam a convivência com pessoas que estão envolvidas numa situação avaliada pela Justiça. É natural que meu nome apareça. O meu filho (Eduardo Vargas) foi denunciado. É a hora de esclarecer toda a verdade.

ZH - Há uma gravação em que o dono da Pensant, José Fernandes, diz que o senhor pode receber alguém em São Sepé. O senhor foi usado por seus amigos?

Vargas
- Minha relação com José Fernandes é muito próxima. Em nenhum momento tive esse papel de esperar pessoas envolvidas nas atividades dele. Se eu soubesse a data dessa ligação, saberia. Talvez, seja a inauguração de um prédio na universidade (UFSM), utilizado pela Fatec nos trabalhos do Detran. Talvez seja isso.

ZH - O senhor tem visitado José Fernandes?

Vargas
- Sim. Com freqüência.

ZH - O senhor sabia da fraude no Detran?

Vargas
- Não sabia de desvios ou não de recursos. O tribunal sempre apontou a existência de sistemistas.

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