A produção de milho deverá ultrapassar a de soja em dois anos. É o que acredita o gerente de levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Eledon Oliveira, que concedeu entrevista ao programa Mercado e Companhia, nesta segunda-feira, dia 9. As duas culturas, segundo ele, foram os destaques do nona pesquisa da produção de grãos para o ciclo 2007/2008 apresentado pela Conab também nesta segunda-feira.

- Existe uma demanda maior por milho, os preços estão muito atrativos para o produtor e tende a aumentar a área (plantada com o grão) – ponderou.

Já sobre a safra de arroz, ele afirmou que o volume estimado pela Conab é suficiente para abastecer a demanda do mercado interno. Desta forma, Eledon Oliveira disse acreditar que o produto não deve pressionar de forma significativa a inflação.

- Não deve ter mais aumento de preços – declarou Eledon Oliveira, que preferiu não dar nenhuma previsão, porém, a respeito do feijão, cuja segunda safra está em fase de colheita e a terceira na etapa de plantio.

Questionado sobre a diferença nas previsões de safra de grãos divulgadas pela Conab e pelo IBGE, ele explicou que há uma diferença de metodologia na forma como as duas instituições consideram a safra de trigo. Segundo Eledon Oliveira, a medição feita pela Conab considerou os números como pertencentes à safra de 2009, enquanto o IBGE incluiu no cálculo referente a este ano.

Renda x custo

Eledon Oliveira ressaltou, porém, que os sucessivos recordes na produção de grãos no Brasil não se traduz, necessariamente, em renda para o produtor, já que os custos de produção ainda estão altos. Os fertilizantes estão entre os insumos que causaram maior impacto nos custos.

- Essa história de que produtor está nadando em dinheiro não é verdade. Muitos ainda têm débitos com seus fornecedores. O produtor teve uma renda maior, mas o custo foi maior ainda.