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 | 04/06/2008 20h55min

Base do governo tentará impedir ida de Denise Abreu ao Senado

Ex-diretora da Anac acusou a ministra Dilma de favorecer investidores na venda da Varig

Na tentativa de preservar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a bancada governista tentará impedir nesta quinta-feira a aprovação de requerimento na Comissão de Infra-Estrutura, no Senado convocando a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu para falar na Comissão de Infra-Estrutura.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo publicada nesta quarta-feira, Denise Abreu acusou Dilma de agir para favorecer investidores na negociação e venda da Varig. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) deve apresentar o requerimento de convocação da ex-diretora e afirmou que o assunto pode ser motivo para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

— É mais um escândalo que tem todos os ingredientes para se tornar uma investigação grandiosa, que pode explodir dentro do Palácio do Planalto — disse Demóstenes.

O senador acrescentou que, se as denúncias de Denise Abreu forem confirmadas, a ministra Dilma Rousseff terá de comparecer também ao Senado para dar explicações.

— A situação será muito mais delicada do que no caso do dossiê — avaliou o senador da oposição, numa referência ao fato de ser atribuída à Casa Civil a autoria de um dossiê sobre gastos feitos pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua mulher, Ruth.

A líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), disse que a base aliada atuará para evitar que Denise Abreu seja convocada pela Comissão.

— Isso é videoteipe de filme ruim. A oposição está sempre neste desespero de criar fatos — afirmou.

Segundo a senadora, a oposição, que criticou Denise Abreu durante a crise aérea, está agora adotando outra postura.

— Agora, ela (Denise) virou deusa? — perguntou a líder do PT.

A estratégia de convocação de Denise estava sendo discutida nos bastidores, mas o líder do DEM, senador José Agripino (RN), deixou vazar a informação, o que alertou a base aliada, que se mobilizará para rejeitar o requerimento de Demóstenes.

Ao mesmo tempo, senadores do PMDB criticaram reservadamente o fato de que a entrevista de Denise Abreu é mais uma confusão criada pelo PT que agora terá de ser administrada no Congresso, obrigando os partidos aliados a entrarem no circuito para evitar nova crise envolvendo Dilma.

Para Demóstenes Torres, as acusações da ex-diretora da Anac são "um escândalo que envolve diretamente Dilma e sua assessora e braço-direito, Erenice Guerra, chegando supostamente ao suborno a um juiz de Direito, à configuração de empresas fantasmas, à troca de um procurador-geral da Fazenda Nacional e à utilização de um compadre do presidente da República, que é advogado".

— Tudo teria sido feito para montar um esquema fraudulento para comprar uma parte boa da Varig, deixando a parte podre para ser ressarcida em esquema bilionário de indenizações que a União deveria fazer — declarou o senador.

Agência Estado
 
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