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 | 04/06/2008 19h33min

Copom eleva taxa básica de juros para 12,25% ao ano

É a segunda reunião consecutiva de subida da Selic

Pela segunda vez neste ano o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central corrige a taxa básica de juros para cima, elevando-a de 11,75% para 12,25% ao ano, em decisão unânime. A justificativa, de acordo com o colegiado de diretores do BC, é a necessidade de conter o aumento do consumo interno e segurar a inflação o mais próximo possível do centro da meta de 4,5% ao ano.

Por enquanto, os analistas de mercado consultados semanalmente pelo BC, no Boletim Focus, estimam Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao redor de 5,5% ao ano. Eles foram surpreeendidos, porém, com o anúncio desta quarta-feira, dia 4, de que a inflação de maio, na capital paulista, foi de 1,23%, nos cálculos da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe).

O valor ficou acima, portanto, das apostas dos consultores econômicos, que esperavam Índice de Preços ao Consumidor (IPC) superior aos 0,54% de abril. O aumento foi puxado principalmente pelos preços dos alimentos.

De acordo com o professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Piscitelli, "o mercado já havia precificado o aumento da taxa Selic". Ele considera inútil, inclusive, a elevação da taxa básica de juros, em virtude de os aumentos de preços verificados até agora serem “predominantemente decorrentes do que se poderia caracterizar como choques de oferta”.

Segundo Piscitelli, o Copom pode aumentar quanto quiser a taxa de juros e nem por isso os fornecedores de trigo vão baixar as cotações internacionais. Da mesma forma, os exportadores de commodities (produtos com cotação internacional) também continuarão alinhados aos preços externos, em relação aos quais a capacidade nacional de influência for residual. Exemplo disso, diz ele, é o que acontece na Argentina, onde a presidente Cristina Kirshner trava dura queda-de-braço com os produtores agrícolas.

Piscitelli salienta, ainda, que "o aumento nas previsões de inflação não nos deixou fora da meta e, sim, acima do centro da meta. O professor acrescenta também que o câmbio está a favor do Brasil e que "as estimativas de safra são mais do que satisfatórias", não havendo razões para o aumento da taxa Selic.

AGÊNCIA BRASIL
 
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