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 | 03/06/2008 17h46min

Deputados criticam medidas para conter devastação da Amazônia

Ambientalistas pedem mais agilidade, e ruralistas condenam ações de apreensões

Luciane Kohlmann  |  reportagem@canalrural.com.br

Um dia depois do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciar novas medidas para evitar o avanço do desmatamento na Amazônia, as críticas já começaram. Ambientalistas comemoraram a iniciativa de reforçar a fiscalização, mas pedem mais agilidade do governo nas ações. Já a bancada ruralista contestou as críticas feitas ao agronegócio e as medidas para reforçar a fiscalização e as apreensões. Os parlamentares alertam que falta estímulo à produção sustentável da região.

 

As medidas para conter a devastação da Amazônia não trouxeram muito otimismo ao presidente da Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Câmara de Deputados, deputado André de Paula (DEM-PE). Para ele, Carlos Minc precisa "falar menos e agir mais".

– Na prática, nós não sentimos um rumo, nós não sentimos uma determinação, nós não sentimos um caminho a ser perseguido para evitar vexames como esses sucessivos números anunciados e que apontam para esta devastação preocupante das nossas florestas.

As declarações feitas pelo ministro culpando o agronegócio pelo aumento da devastação florestal criaram um clima de desconfiança na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional. Em função disso, a deputada Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM) já está colhendo assinaturas para uma CPI que vai tratar das ameaças florestais.

– Propor melhorias no arcabouço legal brasileiro, principalmente no que diz respeito à ocupação e ao acesso de terras na Amazônia. Nossa CPI tem o objetivo de investigar a situação fundiária e o uso ilegal da terra.

A Comissão de Agricultura também ficou apreensiva com as medidas anunciadas pelo ministro do Meio Ambiente. Os parlamentares acham que, antes de divulgar qualquer ação que envolva o agronegócio, Carlos Minc deveria dialogar com o setor produtivo. A bancada ruralista Critica as medidas drásticas de fiscalização e apreensão. Para os deputados, a única forma de contar o desmatamento é estimulando a produção sustentável.

– Criminalizar, julgar de forma aleatória sem conhecer a realidade, sem dialogar com as pessoas que lá estão, certamente não terá eficácia – afirma o deputado Homero Pereira (PR-MT), integrante da comissão.

O ex-secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, concorda com a opinião de Pereira. Para ele, não basta apenas reprimir.

– O desafio é mudar o modelo de desenvolvimento econômico para que a floresta em pé seja valorizada, para que ela tenha mais valor que a floresta derrubada transformada em soja ou pecuária.

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