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 | 03/06/2008 12h21min

Mesmo com novos modelos de administração, empresa familiar ainda é a mais comum

Gestão deve ser eficiente e equilibrar participação de parentes e profissionais contratados, avalia Matheus Kfouri, da Unibusiness

Apesar do desenvolvimento de métodos e de novos modelos de gestão empresarial, a família empresária ainda é a mais comum. De acordo com a Unibusiness, de 60% a 80% das empresas do mundo são administradas por uma ou mais famílias. No Brasil, há diversos exemplos até de grandes companhias geridas desta forma.

Mas as empresas familiares têm certas particularidades que devem ser definidas de forma clara para não colocar em risco o andamento dos negócios. Entre elas, estão a sistematização da tomada de decisões, definição da hierarquia e da remuneração dos familiares, imposição de limites para o uso de bens e estabelecimento de critérios de admissão e de demissão.

Para o presidente da Unibusiness, Matheus Kfouri, o principal desafio é exatamente a forma de melhor acomodar os integrantes da família ou das famílias no organograma. Em entrevista ao Agribusiness Online, nesta terça-feira, dia 3, ele ressaltou que as pessoas devem ter funções definidas pelas competências, independente do parentesco.

Por outro lado, profissionalizar demais a administração também pode trazer riscos. Segundo Kfouri, o afastamento da família e a transferência da administração direta da companhia para profissionais contratados pode interferir no modo como a empresa realiza suas operações.

- Perde-se agilidade e vantagens competitivas possíveis para essa gestão e que permitem o desenvolvimento desse negócio. Tem de fazer um mix entre família e empresários.

Estudos feitos nos Estados Unidos e na Europa, revelam que a rentabilidade das companhias familiares é superior à das que não são administradas por famílias. O sucesso atrai investidores, que buscam instituições seguras para aplicar recursos. Daí a importância da eficiência e da transparência na gestão.

- Eu não sei se os acionistas vão privilegiar os interesses da própria família ou do negócio. Quando se estrutura uma gestão estratégica eficiente, transforma-se isso em regras claras esse processo de tomada de decisões e consegue-se atrair investidores para aquele negócio visando-se sempre a sustentabilidade daquela instituição.

Na avaliação de Matheus Kfouri, um dos setores que compreendeu bem esse processo no Brasil foi de frigoríficos, que tem aumentado de forma significativa os negócios e a expansão das empresas, inclusive no exterior. Por outro lado, o presidente da Unibusiness disse que o setor de açúcar e álcool é um dos que têm muito para avançar na profissionalização.

Matheus Kfouri alertou ainda que um dos riscos para os negócios familiares é o momento de discutir a sucessão em casos de falecimento ou aposentadoria dos parentes que fundaram a empresa. Conflitos entre herdeiros são comuns.
 
- Um tem uma estratégia de ampliação do seu interesse, outro tem uma estratégia de estabilidade, outro tem uma de profissionalização, outro herdeiro quer colocar o filho na gestão para colocar os bens. Tudo deve ser discutido antes que o fato ocorra.

Matheus Kfouri recomenda, nesses casos, a procura por assessorias empresariais para auxiliar nesse processo e garantir uma sucessão tranqüila.

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