| 02/06/2008 10h30min
A queda dos preços das matérias-primas (commodities) no Exterior e a preocupação com a inflação no Brasil dão combustível para a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) começar o mês de junho realizando lucros, após acumular alta de 7% em maio.
Com menos de 10 minutos de pregão, o índice Bovespa já recuava mais de 1%. Às 10h15 (de Brasília), o Ibovespa caía 1,5%, a 71.504 pontos. Na mínima do dia até o momento, o indicador cedeu 1,56%, a 71.461 pontos.
Esta é uma semana de agenda cheia de indicadores econômicos tanto aqui quanto no exterior, o que deve trazer mais volatilidade aos negócios e pode favorecer ajustes maiores de preços.
Na terça-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) inicia sua reunião de dois que deve decidir por um novo aperto monetário. As expectativas apontam para uma elevação da taxa básica de juros, a Selic, entre 0,50 ponto percentual e 0,75 ponto.
Nesta segunda-feira, a pesquisa Focus, divulgada pelo
Banco Central, voltou a mostrar piora nas
expectativas de inflação e juro, tanto para 2008 como para 2009. A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2009 subiu de 4,5% para 4,6%, ultrapassando pela primeira vez o centro da meta de inflação para o próximo ano.
Para 2008, a expectativa subiu de 5,24% para 5,48%, quase um ponto percentual acima do centro da meta deste ano. Já a previsão para a taxa Selic no final deste ano subiu de 13,50% ao ano para 13,75% ao ano. Atualmente, a taxa básica de juros no País está em 11,75% ao ano.
O petróleo, que fechou a semana passada em queda de 4%, depois de ter alcançado o recorde de US$ 135 o barril na semana anterior, segue devolvendo os ganhos recentes com o mercado preocupado com a contração da demanda pela matéria-prima. Por volta das 10 horas *(de Brasília), o barril era negociado na faixa de US$ 126, tanto em Londres como em Nova York, mas essa queda não chega a convencer os analista, que vêem esse movimento apenas como uma correção pontual de preços.
As ações de
Petrobras, que na sexta-feira (dia 30) fecharam em baixa num movimento de realização de lucros, dão continuidade à trajetória negativa. Às 10h11, os papéis ordinários (ON) e preferenciais (PN) da estatal petrolífera cediam 0,19% e 0,59%, respectivamente.
As ações da Vale, que subiram quase 2% na sexta, devolvem os ganhos reagindo à queda dos metais básicos no exterior, devido à fracos indicadores técnicos e à desaceleração da demanda. No mesmo horário, as ações ON da mineradora recuavam 0,55% e os papéis PN classe A (PNA) caíam 0,33%.
Cenário externo
O clima negativo no exterior também pressiona a abertura na Bovespa. Os índices futuros das Bolsas de Nova York estão em baixa, reagindo ao alerta da empresa de hipotecas britânica Bradford & Bingley, que fez reviver as preocupações com a saúde do setor financeiro.
A expectativa com a divulgação do ISM industrial de maio, às 11 horas (de Brasília), é
mais um fator de cautela, diante da previsão de que o
índice mostre mais uma vez contração da atividade econômica nos Estados Unidos.
No mesmo horário, saem os gastos com construção nos EUA em abril. Às 10h13, o índice futuro Nasdaq-100 recuava 0,32% e o futuro do S&P 500 caía 0,42%. Na Europa, a Bolsa de Londres tinha baixa de 0,82%.
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