Preocupado com a persistente alta da inflação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que quer que todos os ministros se mobilizem, cada um em sua área, para verificar que itens estão pressionando os preços dos produtos. O objetivo, informou, é dar subsídios para que o governo possa tomar medidas pontuais para garantir o cumprimento da meta inflacionária preestabelecida pelo governo.

O ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse que Lula manifestou esta preocupação durante o vôo entre Haiti e El Salvador. Segundo ele, na volta de sua viagem à Europa, o presidente Lula pretende se reunir com os ministros para acertar medidas concretas para beneficiar determinadas áreas para ajudar a conter a inflação.

— Este é um problema do governo todo. É um problema de todos os ministérios — comentou o presidente na conversa com os ministros.

Na avaliação de Lula, todas as áreas do governo têm de ajudar o Banco Central a controlar a inflação, verificando de onde ela está vindo e que setores estão promovendo as maiores pressões.

Importação

Miguel Jorge comentou que, no caso da sua pasta, apresentará à equipe econômica a proposta de a Câmara de Comércio Exterior (Camex) reduzir a zero a alíquota de importação de vários produtos. Evitou, no entanto, listar que produtos seriam estes.

O ministro informou que quer sentar-se com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para fazer uma avaliação de produto a produto que tem idéia de que possa estar ajudando a pressionar a inflação, para que eles tenham zeradas suas tarifas de importação.

Lembrou, contudo, que a Camex reúne sete ministros e que esta redução tarifária precisa ser aprovada por todos.

Juros

Na conversa com os ministros em vôo, o presidente Lula lembrou que, no caso dos preços administrados, o governo já está fazendo o que é possível, citando a questão da redução de impostos sobre o preço da gasolina.

Lula observou que o Banco Central (BC) tem limitações para controlar a inflação, se referindo ao fato de que o BC já tem feito isso por meio da elevação das taxas de juros.