O Brasil pode se firmar entre os principais exportadores de arroz. A avaliação é do analista de mercado Geraldo Buzolin, que foi entrevistado no Agribusiness Online, nesta quinta-feira, dia 29.

Ele disse estranhar que o Brasil não esteja entre os principais vendedores do produto ao mercado externo, ao contrário, por exemplo, dos vizinhos Argentina e Uruguai. Buzolin acredita que o cereal brasileiro tem qualidade suficiente e pode atuar no comércio internacional até para se prevenir contra eventuais problemas.

- Nem que for de pequenas quantidades. Uma vez consolidado pela qualidade, naturalmente pode se tornar um habitual exportador e, em crise no mercado interno, poderá ter saída no externo.

Ele ressaltou, porém, que apesar de ter competitividade para concorrer no exterior, o Brasil pouco trabalhou nos últimos anos para elevar a quantidade produzida. Segundo o analista, o volume tem variado entre 11 milhões e 13 milhões de toneladas, atingindo, eventualmente, os 14 milhões.

- O Brasil pode produzir muito mais arroz, desde que tenha o mercado externo e uma política do governo que dê preço de garantia ao produtor.

Altos custos

A maior preocupação do setor ainda é com os altos custos de produção. Sem ter remuneração que compensasse os investimentos, alguns produtores cogitaram abandonar a cultura, o que não é recomendado pelo analista de mercado Geraldo Buzolin.

- Não é uma boa porque a oportunidade de ganhar dinheiro é agora. Estávamos com um mercado totalmente defasado, apático há mais de 5, 6 anos. Essa novidade de exportação dá um alento. Deveríamos aumentar a produção de arroz.

Sobre a medida provisória enviada pelo Governo Federal que trata da renegociação de cerca de R$ 75 bilhões de reais das dívidas dos produtores rurais, Buzolin avaliou que dá um fôlego, mas não resolve o problema.

- O governo deveria manter uma política agrícola mais constante.