| 28/05/2008 16h49min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou hoje no Haiti preocupado com a situação política, econômica e social do país e disposto a pedir ajuda internacional para a nação nos encontros com dirigentes de outros países que terá em El Salvador, na quinta-feira, e em Roma, na próxima semana, em conferência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Segundo assessores, Lula terá reunião com alguns ministros, ao regressar ao Brasil, para discutir como o governo poderá ampliar o apoio ao Haiti, especialmente na implementação de programas sociais e na melhoria da agricultura familiar. Uma das idéias, segundo um ministro integrante da comitiva presidencial, é de, aproveitando a experiência do Bolsa Família, colaborar na elaboração de um cadastro para doações de comida.
O governo brasileiro gastou US$ 200 mil para adquirir 150 toneladas de alimentos, parte das quais foi distribuída pela embaixada brasileira na terça-feira, na véspera da
chegada do presidente. Os
alimentos irão atender 10 mil famílias, selecionadas por lideranças das comunidades locais.
O presidente da República chegou acompanhado de cinco ministros e outros cinco já o aguardavam em Porto Príncipe, capital do Haiti. Lula iniciou na tarde de hoje uma reunião com o presidente René Préval no Palácio Nacional, onde irá firmar três acordos de cooperação na área agrícola e no combate à violência contra a mulher. Lula fará, mais tarde, uma visita às tropas brasileiras que formam o batalhão da Organização das Nações Unidas (ONU).
Brasil pode aumentar número de soldados
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, reafirmou a disposição do governo de engrossar o contingente de 1,2 mil soldados brasileiros da Força da ONU no Haiti com mais 100 militares da área de engenharia, que iriam trabalhar principalmente em obras de infra-estrutura. Segundo ele, caso o Congresso aprove o novo contingente, o governo colocaria os 100 novos
militares no Haiti em um mês. Jobim reiterou não
haver data para o Brasil deixar o Haiti.
— Falar em sair é uma agenda que não existe. Não está nos planos do Ministério da Defesa e nem do governo. A necessidade de ficar é uma obrigação do Brasil — disse, lembrando o caos que ocorreu no Timor Leste após a saída das tropas brasileiras da ONU.
O ministro da Defesa relatou, em contatos com funcionários da ONU no Haiti, que existe a preocupação de que a situação do país se agrave em setembro, época de pagamento das mensalidades escolares — no Haiti, 90% das escolas são privadas. De acordo com Jobim, os haitianos terão de optar entre pagar a escola dos filhos ou comprar comida. O Haiti enfrenta escassez de alimentos, inflação alta e está sem primeiro-ministro. A população foi às ruas, recentemente, protestar contra o aumento dos preços dos alimentos.
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