| 26/05/2008 14h37min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva culpou nesta segunda-feira os países ricos pelo "fracasso" do Protocolo de Kyoto e propôs a assinatura de um "pacto global" em favor do uso em massa de biocombustíveis para atenuar as conseqüências da alta do petróleo no mercado internacional. Lula defendeu ainda a "conquista" da Amazônia e um papel de maior relevância da América do Sul no contexto internacional.
— O Protocolo de Kyoto fracassou. Todo mundo assinou, mas quem tinha de tomar medidas para cumprir o protocolo não o referendou. Nós referendamos — disse o presidente em discurso no 20º Fórum Nacional do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), na cidade do Rio de Janeiro.
Com o uso de etanol, o Brasil reduziu em 800 milhões de toneladas suas emissões de CO2, completou Lula.
— Estamos oferecendo ao mundo a certeza de que é possível produzir um combustível não poluente e de que podemos avançar em etanol de segunda e terceira geração — acrescentou.
O presidente declarou que os
biocombustíveis representam uma saída para o problema do aquecimento global. Também argumentou que não há riscos de a produção em massa de etanol e biodiesel prejudicarem o abastecimento de alimentos, em meio a um ambiente em que a demanda e o consumo de comida em grandes nações emergentes como China, Índia e o próprio Brasil têm crescido, algo que "assusta" alguns.
— Ao Brasil não (assusta). Nós temos terra fértil, sol, água tecnologia, força de trabalho, capacidade empresarial e agricultura familiar para responder a esse desafio — disse Lula.
Para o presidente, a "América do Sul torna-se um interlocutor cada vez mais indispensável" na medida em que o mundo necessita "compatibilizar segurança alimentar, provisão energética adequada e preservação do meio ambiente".
Lula também comentou o fato de os países "responsáveis por 70% da poluição do planeta agora estarem de olho na Amazônia da América do Sul". A preocupação internacional sobre a
conservação dos ecossistemas locais despertou
a atenção daqueles que vêem ameaçada a soberania brasileira.
— O mundo deve entender que a Amazônia brasileira tem dono e que o dono é o povo brasileiro e que temos consciência de que é preciso diminuir o desmatamento e as queimadas — acrescentou.
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