Apesar dos custos para se produzir em Mato Grosso, tanto para agricultura como pecuária, o mercado do boi gordo registra preços em patamares recordes no ano. No último dia 20 a arroba valia R$ 73,05,  alta de 20%, desde janeiro, quando estava cotada a R$ 60,87. O diagnóstico é do Instituto Mato-grossense de Economia Aplicada (Imea), da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Famato).

Segundo o instituto, a realidade é verificada para todas as regiões. O cenário mostra-se positivo e requer investimento por parte dos pecuaristas. -É hora de fazer investimentos em infra-estrutura-, declarou Otávio Lemos, analista de bovinocultura do Imea.

Ele destaca que apesar do aumento da renda, a rentabilidade ainda não está ideal, já que os custos aumentaram. O Imea revela que a oferta e demanda no mercado do boi é determinante para os preços.

O estudo aponta que no início do ano registrou-se uma queda repentina da oferta e demanda. A primeira, após alta taxa de abate de fêmeas, e, a segunda, posterior ao embargo das exportações de carne pela União Européia, que representava mais de 30% do total arrecadado com as vendas ao mercado internacional.

-Após esse embate o resultado foi que os preços subiram e continuam subindo. Ainda não há perspectivas de quando ocorrerá a inversão desse quadro, pois finalmente constatou-se o quão grande era essa crise de oferta, e mais, ficou claro que ainda falta muito para suprir a demanda mundial por carne e o Brasil só não vende mais porque não consegue-, declarou o pesquisador.

Ainda não tem como precisar, em valores exatos, quanto o pecuarista mato-grossense deixou de ganhar devido ao embargo, mas aponta que a diferença entre os preços da arroba pagos na região habilitada caiu. -É possível dizer que se estivéssemos exportando normalmente carne para a UE essa diferença de preços poderia estar entre 6 e 10%, ou seja, o pecuarista poderia receber de R$ 2 a R$5 a mais por arroba de boi gordo-, verifica o Imea.