Os feriados nos Estados Unidos e no Reino Unidos nesta segunda-feira mantêm esvaziado o mercado internacional e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) deve ter um pregão de baixa liquidez, podendo registrar pouca oscilação em relação ao fechamento da última sexta-feira (dia 23), quando o índice Bovespa fechou em baixa de 1,17%.

Após uma abertura indefinida na sessão desta segunda-feira, o Ibovespa firmou-se no terreno positivo e, às 10h20min (de Brasília), subia 0,36%, após avançar 0,75%, a 71.988 pontos, na máxima da sessão até o momento. Na mínima, o Ibovespa cedeu 0,02%.

A principal preocupação dos investidores continua sendo a disparada do preço do petróleo, que ameaça o crescimento da economia mundial pelo seu efeito inflacionário. Depois de ter chegado na quinta-feira da semana passada (dia 22), feriado no Brasil, à marca dos US$ 135 o barril durante sessão na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o petróleo saiu das máximas, mas hoje volta a apontar para cima, após os militantes do Movimento pela Emancipação do Delta do Niger terem afirmado que destruíram um oleoduto na Nigéria operado pela Royal Dutch Shell, numa ação que resultou na morte de 11 soldados. Por volta das 10h15 (de Brasília), o contrato futuro do petróleo tipo WTI com vencimento em julho era negociado acima de US$ 133 o barril no pregão eletrônico da Nymex.

Com a disparada dos preços da matéria-prima (commodity), as ações da Petrobras seguem em alta. No mesmo horário, os papéis ordinários (ON) e preferenciais (PN) da estatal petrolífera subiam 1,08% e 1,44%, respectivamente. Logo após a abertura do pregão da Bovespa, a petrolífera italiana Eni anunciou a descoberta de petróleo no Golfo do México, em um poço no qual a Petrobras tem 25% de participação.

Sem nenhuma divulgação no exterior, as atenções tendem a se manter concentradas no petróleo e na discussão interna sobre o uso da política monetária para combater a inflação. Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que a autoridade monetária continuará trabalhando para manter a inflação na meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5% para este ano e 2009.

— A nação pode estar tranqüila de que o Banco Central vai manter a inflação na meta — afirmou.

Ele descartou aumento de compulsórios e disse que a elevação do superávit primário (economia que o governo faz para pagamento de juros da dívida) ajudaria o BC, mas não cabe à autoridade monetária decidir sobre isso.

Setor bancário

O setor bancário deve seguir no radar dos investidores por conta da notícia sobre as negociações para incorporação da banco estadual paulista Nossa Caixa pelo Banco do Brasil. Na última sexta-feira, as ações ON da Nossa Caixa ON dispararam, encerrando em alta de 31,52%. Já o papel ON do BB caiu 2,81%.

Os grandes bancos privados brasileiros - Itaú, Bradesco e Unibanco - informaram que também têm interesse no banco estadual paulista e defendem a realização de um leilão para a venda da instituição.

O presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, José Carlos Vaz de Lima (PSDB), adiantou que um leilão para a venda da Nossa Caixa enfrentaria dificuldades para ser aprovado pelos deputados paulistas do que a venda direta para o BB. Às 10h20 (de Brasília), as ações ON da Nossa Caixa subiam 5,79%, a R$ 38,40, enquanto as ações ON do Banco do Brasil tinham alta mais modesta, de 0,71%, a R$ 28,53.

A novidade é que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu investigar os negócios com ações do BB e da Nossa Caixa por ter sido constatada movimentação atípica dos papéis antes de o BB anunciar, em fato relevante, na quarta-feira (dia 21) à noite, que está negociando com o governo paulista a incorporação do banco estadual. Na terça (dia 20), um dia antes da divulgação do fato relevante, as ações ordinárias da Nossa Caixa subiram para R$ 27.