| 26/05/2008 08h54min
A Fundação de Proteção Ambiental (Fepam) e o Batalhão Ambiental da Brigada Militar farão hoje uma nova vistoria para avaliar possíveis danos ambientais provocados pelo vazamento de petróleo no Litoral Norte, constatado na sexta-feira.
Ontem, o mar agitado prejudicou uma avaliação detalhada sobre os estragos deixados pelo acidente que afetou uma faixa de cinco quilômetros entre Tramandaí e o balneário de Salinas. No sábado, equipes da Transpetro, subsidiária da Petrobras, passaram o dia limpando a areia, onde manchas de óleo chamaram a atenção de moradores e banhistas.
Autoridades temem que animais marinhos apareçam mortos nos próximos dias. Em 2006, em outro desastre ambiental com vazamento de óleo, aves silvestres e lobos-marinhos foram achados sem vida na praia depois de 72 horas do acidente.
A investigação feita até agora aponta o vazamento de 750 litros do produto no mar. Apesar de prejudicial ao ambiente, o volume derramado é considerado de nível médio. Já houve desastre no qual 8 mil litros foram despejados na água.
– Vamos esperar até terça-feira para concluir o relatório que será encaminhado ao Ministério Público Federal, que decidirá se denunciaremos ou não a Petrobras – disse o tenente Claudiomiro da Silva Pedro, comandante do 1º Batalhão Ambiental de Tramandaí.
Para a Fepam, o transtorno da semana passada poderia ter sido evitado com um trabalho preventivo.
– A manutenção deveria ter sido acompanhada com bóias de contenção. Assim, o vazamento não teria chegado à praia – observou Vilson Trava Dutra, engenheiro químico do Serviço de Emergência da Fepam.
Ciclone extratropical causou dano à tubulação marítima
A Petrobras não se manifestou sobre como aconteceu o derramamento. Em nota, informou apenas que os órgão ambientais foram avisados e que uma equipe trabalhou desde sexta-feira para a limpeza do óleo na praia.
O acidente se deu na área das duas monobóias, localizadas a quatro e seis
quilômetros da baia. Esses equipamentos fazem a ligação dos navios com os tubos que levam o óleo às refinarias. Durante a passagem do ciclone extratropical no Litoral Norte, no início do mês, uma das tubulações sofreu danos.
Na tentativa de consertar o estrago, um navio da Transpetro tentou extrair o óleo acumulado no tubo quando a mangueira que fazia o serviço se rompeu, deixando o produto se espalhar no mar. A empresa tentou, sem sucesso, estancar o derramamento com bóias.
Até as 11h30min de sábado, porém, os técnicos não haviam encontrado manchas de óleo no mar. A suposição era de que estaria tudo concentrado na areia ou se dispersado com ajuda das correntes.
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