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 | 22/05/2008 06h42min

Operação Minotauro desmonta fraude de carne no Rio Grande do Sul

Grupo teria sonegado R$ 500 mil em impostos ao negociar 10 mil cabeças de gado

Luiz Roese

No desfecho da Operação Minotauro, a Polícia Civil prendeu nessa quarta-feira, dia 21, em sete municípios do Rio Grande do Sul, 10 suspeitos de fraudar a compra de gado, sonegar impostos e vender a estabelecimentos da região da grande Porto Alegre carne sem inspeção nem comprovação de origem.

As transações teriam causado prejuízo de pelo menos R$ 500 mil aos cofres do Estado, nos cálculos de Sandro Meinerz, titular da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) da cidade de Santa Maria, que investigou o suposto esquema. Os policiais constataram a venda irregular de cerca de 10 mil animais nos últimos três anos.

Levados para o presídio regional de Santa Maria, os presos devem depor a partir dessa quinta-feira, dia 22, e ser submetidos a acareações. O delegado afirma que 20 pessoas devem ser indiciadas na investigação. A operação mobilizou 81 policiais civis em 17 municípios.

Eram 6h quando policiais bateram à porta do empresário Alfredo Alziro de Oliveira, 43 anos, no 11º andar de um prédio residencial no centro de Sapiranga. Também foram presos o pai dele, Paulo Rocha de Oliveira, 62 anos, e o irmão Leandro de Oliveira, 30 anos, donos de um açougue. Para o delegado, os três seriam protagonistas do esquema que teria "fabricado" produtores fantasmas para evitar o pagamento de impostos.

– Usando nomes de produtores que nem existem, eles compraram muito gado de forma irregular. Depois, levavam os bois para a Região Metropolitana, onde era feito o abate. Muitos que tiveram o nome usado não tinham condições financeiras de comprar sequer um boi – diz Meinerz.

A investigação começou há cerca de um ano e meio, depois de a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul ter alertado para vendas de gado feitas entre produtores - transação não tributada pelo Estado. Sobressaía o número de bois vendidos em Nova Palma para Palmares do Sul e Santo Antônio da Patrulha. Mas os animais nunca chegaram ao destino, sendo abatidos na grande Porto Alegre.

Em Nova Palma, na região central do Estado, foi preso o vereador Reni Stefanello (PP), um dos que teriam vendido gado para os Oliveira. Um dos últimos presos foi o contador Lauro Lisandro Caetano, 32 anos, que trabalha em Osório. Segundo o delegado Sandro Meinerz, Caetano seria o mentor do esquema fraudulento. Os suspeitos também podem responder por crimes contra a saúde pública, já que a carne vendida ao consumidor não passaria por qualquer tipo de controle sanitário.

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