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 | 21/05/2008 12h45min

Queda nas cotações da cana inibe demanda por terras em São Paulo

Safra recorde alimentou mercado interno e deixa investidores cautelosos

Na contramão dos demais Estados do país, São Paulo não apresentou alta nos preços das terras agricultáveis nos meses de março e abril deste ano. O motivo, segundo a analista de mercado da Agras FNP Jacqueline Bierhals, é a safra recorde de cana-de-açúcar.

Enquanto a média nacional apresentou alta de 6,3% nos preços por hectare, São Paulo apontou 4% de aumento sobre os valores nos últimos 12 meses. O sucesso da produção sucroalcooleira do país no mercado interno derrubou as cotações da cana e assustou os investidores, como explica Jacqueline:

– Todos os negócios que estavam sendo prospectados para o setor deram uma freada. O pessoal está aguardando para ver em que momento o setor vai voltar a se reequilibrar porque, evidentemente, esse é um momento de baixa que consideramos passageiro. No longo prazo, o setor sucroalcooleiro tem excelentes perspectivas.

O resultado apresentado pelo Estado no último bimestre é reflexo da cautela de quem investe no setor. Agora, segundo a analista, o momento é de observação do mercado.

– Todos aqueles investidores “pára-quedistas” do mercado, que estavam entrando no setor vendo oportunidades de ganhos, resolveram aguardar mais para ver para onde as coisas vão se direcionar e o ritmo de uma diminuída aqui em São Paulo – disse.

Jacqueline lembra ainda que investimentos como a construção de usinas têm abandonado o Estado de São Paulo nos últimos tempos, em busca de preços de terra mais baixos e novos incentivos fiscais. A analista aponta certa diminuição na força do setor no Estado, motivada pelo preço da cana, e que levou à redução das buscas por terras na região.

Além disso, conta Jacqueline, os donos de propriedades se recusam a baixar preços, o que gera impasse em dois lados:

– Então a gente percebe que há um desinteresse tanto de compra quanto de venda.
Ainda assim, a previsão para o futuro é positiva. Segundo a analista da Agra FNP, atividades como cultivo de café, pastagem e fruticultura prometem retorno lucrativo.

– O Estado tem terras muito caras. Então, a produção tem que ser muito eficiente e a rentabilidade muito boa para que se justifique um investimento do porte que tem que ser feito no Estado – conclui Jacqueline Bierhals.

CAANL RURAL
Agência RBS / 

Analista aponta certa diminuição na força do setor sucroalcooleiro no Estado, motivada pelo preço da cana, e que levou à redução das buscas por terras na região
Foto:  Agência RBS


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