Oscilações de preços do café nesta época são normais. Foi o que disse o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) Nathan Herszkowicz, em entrevista ao Mercado e Companhia, nesta segunda-feira, dia 19. Ele falou de Londres, capital britânica, onde participa da reunião da Organização Internacional do Café (OIC), que vai até a próxima sexta-feira, dia 23.

- Os preços refletem a volatilidade das cotações. É normal quando o Brasil inicia sua colheita, que o mercado apresente dias de alta e dias de baixa. O importante é que, na media, a cotação internacional ainda se encontra em nível elevado – disse ele, ressaltando que a renda do produtor é fortemente afetada pela defasagem cambial.

O diretor-executivo da Abic disse que os preços internacionais do café não estão na pauta do encontro da OIC, que concentra as discussões na qualidade do produto.

Arábica x conillon

De acordo com Nathan Herszkowicz, o conillon responde por 35% da produção mundial, restando os 65% restantes ao tipo arábica. Apesar de não acreditar em mudanças significativas nesta proporção, o diretor-executivo da Abic avalia que há espaço para um aumento na produção do conillon nos próximos anos, em função do maior consumo, por exemplo, de café solúvel.

Na avaliação dele, é uma boa oportunidade para o país aumentar a participação no mercado externo.

- Tudo o que se produz vai, praticamente, para o mercado interno. Portanto, temos de olhar com bastante profissionalismo a oportunidade que representa o aumento gradual da produção de conillon para aumentar a nossa participação no mercado mundial.

O diretor-executivo da Abic lembrou ainda que no próximo sábado, dia 24, será comemorado o Dia Nacional do Café. Segundo ele, será feita uma mobilização geral entre produtores e cooperativas do setor. Além disso, dezenas de casas de café farão promoções especiais para atrair os consumidores.