O índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de abril nos Estados Unidos (alta de 0,2%, dentro da previsão dos economistas) favorece uma abertura positiva para a Bolsa de Valores de São Paulo hoje, que ontem fechou em nível recorde pela sexta vez no ano (70.503 pontos). O índice Bovespa abriu em alta de 0,20% a 70.647 pontos.

O efeito positivo do CPI nas Bolsas americanas deve dar o tom também aos negócios na Bovespa no pregão desta manhã, mas depois a direção deve ser dada pelas variáveis macroeconômicas internas, segundo o diretor da Prosper Gestão de Recursos, Julio Martins. O comportamento dos juros futuros e do câmbio podem servir de inspiração para os negócios.

No curto prazo, os investidores continuam na expectativa da definição do fundo soberano, criado pelo governo federal para financiar as empresas brasileiras no exterior e ao mesmo tempo evitar uma queda maior do dólar. Ontem, contrariando as expectativas do mercado, o ministro Guido Mantega (Fazenda) não anunciou formalmente o aumento da meta do superávit primário fiscal (a economia que o governo faz para o pagamento de juros). A fonte de recursos do fundo soberano será o que exceder a meta do superávit primário, que é de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Mantega não especificou o montante de recursos do fundo, mas citou valores entre US$ 10 bilhões e US$ 15 bilhões.

A tendência, segundo especialistas, é a Bolsa ficar de lado hoje (pequenas oscilações entre o sinal positivo e negativo), com possibilidade de engatar uma realização de lucros depois de ter acumulado no mês valorização de 13,43%. Mas a realização esperada seria apenas uma correção técnica, sem que a Bolsa perca a sua tendência principal de alta.

A entrada de capital estrangeiro tem impulsionado o mercado de ações desde que o País recebeu o grau de investimento, no final de abril. Operadores destacam ainda que a proximidade do vencimento de opções sobre ações, na próxima segunda-feira, estimula a volatilidade nos preços dos ativos.

As ações de Petrobras, que ontem subiram bastante (preferenciais, 2,62%, e ordinárias, 2,40%) por causa do balanço do primeiro trimestre melhor do que o esperado, devem ficar hoje a reboque dos preços do petróleo no exterior, que começam o dia em baixa. Às 10h15, Petrobras PN caía 0,19% e ON, -0,25%. Mas a divulgação dos estoques semanais de petróleo e derivados dos EUA às 11h30 pode mudar esse quadro.

Já a valorização das ações de mineradoras na Europa e na Austrália dá força às ações de Vale na abertura. Os papéis PNA subiam 0,31%. No front corporativo, o destaque é o balanço do Banco do Brasil, que divulgou esta manhã crescimento de 66,6% no seu lucro líquido do primeiro trimestre, para R$ 2,347 bilhões, muito melhor do que a média projetada por três corretoras consultadas pela AE, de R$ 1,560 bilhão.

Dólar comercial reduz alta, negociado a R$ 1,663

O dólar à vista começou o dia em alta de 0,85% a R$ 1,67 na Bolsa de Mercadorias & Futuros, mas reduziu a valorização no final da manhã. Às 11h15, a moeda americana era negociada a R$ 1,665, alta de 0,54%.