| 08/05/2008 14h28min
A cana-de-açúcar ultrapassou as hidrelétricas na matriz energética brasileira em 2007, só ficando abaixo do petróleo e derivados. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, em entrevista à imprensa, quando apresentou os dados preliminares referentes ao consumo de energia no ano passado.
Os dados do Balanço Energética Nacional (BEN) englobam todas as atividades, incluindo os transportes, o consumo industrial e a geração elétrica. O aumento da participação da cana na matriz energética resultou, principalmente, do crescimento do consumo de álcool/etanol no sistema de transportes.
Economia em dia: repórter Marta Sfredo comenta o aumento da participação da cana-de-açúcar na matriz energética
Segundo a EPE, o petróleo e seus derivados continuam sendo a principal fonte de geração de energia no País, especialmente devido ao sistema de transportes. Essa participação era de 37,8% do total de energia consumida no País em 2006 e caiu para 36,7% no ano passado. Já os produtos de cana-de-açúcar (bagaço e etanol) ampliaram a participação de 14,5% em 2006 para 16,0% no ano passado. As hidrelétricas, por sua vez, reduziram a participação de 14,8% para 14,7% no total.
A participação da lenha e do carvão vegetal ainda é relevante, mas registrou queda, passando de 12,7% em 2006 para 12,5% em 2007, segundo a EPE. O gás natural também perdeu importância relativa (caiu de 9,6% para 9,3%), enquanto o carvão mineral ampliou a presença de 6,0% para 6,2%. Já o urânio viu sua participação cair de 1,6% para 1,4%, enquanto "outras renováveis" ampliaram a presença de 2,9% para 3,1%.
Tolmasquim acentuou que o aumento na participação da
cana-de-açúcar na matriz energética é "uma boa
notícia", já que isso indica um aumento no grupo das energias renováveis.
— O Brasil é um dos países com maior participação de energia renovável em todo o mundo — destacou.
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