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 | 07/05/2008 16h43min

Governo argentino considera "inadmissível a pressão constante" do campo

Grupos de produtores agropecuários se instalaram à beira de estradas nesta quarta-feira

O governo argentino endureceu nesta quarta-feira sua posição nas negociações para resolver o longo conflito com o setor agropecuário, ao afirmar que "é inadmissível a pressão constante" dos dirigentes do campo. O chefe do gabinete de ministros, Alberto Fernández, afirmou que as quatro associações agropecuárias em conflito, as maiores do país, negociam sob a condição de que "se não for feito o que querem, retomarão a greve" de três semanas realizada em março.

Enquanto isso, grupos de produtores agropecuários se instalaram à beira de estradas em diferentes pontos do país em meio a um clima tenso, esperando o resultado das reuniões com o governo que serão realizadas hoje como seqüência das de terça-feira. Neste sentido, ratificaram em duros termos a rejeição ao aumento da pressão do Fisco sobre as exportações de soja, trigo, girassol e milho, grãos dos quais a Argentina é um dos maiores produtores e exportadores do mundo.

As associações agropecuárias darão uma entrevista coletiva às 17h (em Brasília) para informar do resultado das negociações e as medidas que adotarão caso as propostas do governo não lhes satisfaçam.

— Ontem disse que voltem à greve se vocês entendem que é assim que se deve negociar — apontou o chefe do gabinete, em referência à última rodada de negociações.

Fernández afirmou que foram exigidas "coisas insólitas" que ele rejeitou "plenamente", entre elas que "se suspenda" o novo sistema de impostos móveis à exportação de grãos, o motivo da greve comercial e os bloqueios de estradas que os produtores realizaram entre 13 de março e 2 de abril.

— Para que todo acordo funcione, as duas partes devem dialogar com liberdade e sem pressões — especificou o chefe do gabinete.

Fernández desmentiu ter afirmado que "foi um erro" o novo sistema de impostos ao campo, como afirmou o líder da Federação Agrária, Eduardo Buzzi, ao fim da reunião de terça-feira.

— Precisou mais de um mês para discutir o problema, sabendo que temos visões diferentes, já que nós não temos sobre as retenções móveis a visão que eles têm e tentamos aproximar posições de acordo com o que eles colocavam — explicou, depois de afirmar que as afirmações de Buzzi são "um disparate".

Segundo Fernández, o governo "não tem nada a ver" com as passeatas realizadas hoje por grupos de "piqueteiros", como são chamadas as pessoas que fecham ruas com seus protestos, às portas de grandes supermercados para reivindicar que diminuam os preços dos alimentos.

EFE
 
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