| 07/05/2008 15h36min
A forte aceleração de preços dos produtos industriais no atacado (de 0,94% para 1,77%) levou à taxa maior do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de abril, que subiu 1,12%, ante aumento de 0,70% em março.
A informação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Segundo ele, o aumento de preços nos produtos industriais no atacado foi o mais intenso desde outubro de 2004, quando subiram 1,83%.
— Até então, o índice era pressionado pelo avanço dos produtos agrícolas, principalmente no atacado — comentou o economista.
Mas dessa vez, a inflação dos produtos agrícolas no atacado perdeu força (de 0,46% em março para 0,08% em abril), devido principalmente às deflações em itens in natura e em commodities importantes, como a soja (-4,06%). Em abril, o destaque na inflação do atacado foi mesmo do setor industrial, origem de aumentos de preços em vários segmentos diferentes.
É o caso de acelerações de preços em
automóveis (de 0,04% para 1,05%), produtos siderúrgicos para a indústria de transformação (de 1,71% para 3,92%), fertilizantes (de 10,51% para 10,80%) e materiais para manufatura (de 1,52% para 2,38%), entre outros.
Ele comentou que esse cenário de preços em alta no setor é influenciado por oferta mais reduzida de insumos, acompanhada por demanda crescente, tanto no mercado internacional como no mercado interno.
— O mercado está aquecido, tanto aqui como lá fora — disse, lembrando que a alta recente nos preços dos alimentos também foi causada pelo mesmo motivo.
A tendência dos IGPs no curto prazo, incluindo o IGP-DI, é de aceleração, na análise do coordenador da FGV. Ele preferiu não fazer projeções numéricas em relação aos próximos resultados dos indicadores. Mas admitiu que o cenário mostrado pelo IGP-DI de abril mostra que muitos preços em aceleração devem continuar a subir, e outros, que estão em queda ou subindo menos, devem reverter essa
trajetória.
Outro ponto
destacado pelo economista foi o cenário mostrado pelos preços do varejo em abril, e uma forte perspectiva de alta para esse setor, no futuro. Atualmente com os preços em aceleração, medidos pelo IPC-DI, de março para abril (de 0,45% para 0,72%), essa trajetória tende a continuar.
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