Notícias

 | 07/05/2008 11h13min

Inflação assusta e juros futuros abrem em alta

Atualmente, a Selic está em 11,75% ao ano

O mercado de juros futuros segue pressionado pelo noticiário de inflação e já começa a colocar no preço a possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, ter de ser ainda mais agressivo no aperto monetário, mesmo após a elevação de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, anunciada no mês passado. Atualmente, a Selic está em 11,75% ao ano.

Nas negociações desta manhã, na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2009 projeta taxa de 12,94% ao ano, de 12,89% ao ano ontem, e já considera a hipótese de uma alta de 0,75 ponto porcentual na Selic ao longo deste ano.

— O BC não pode ficar só olhando a inflação subir — disse um operador. Já o DI de janeiro de 2010 projetava taxa de 13,94% ao ano, de 13,92% ontem.

Os indicadores econômicos que vêm sendo divulgados nos últimos dias mostram que a inflação não dá trégua. Hoje, foi a vez do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) agregar preocupação. O indicador subiu 1,12% em abril, acima das previsões, ante 0,70% em março.

O resultado é o maior desde dezembro do ano passado. E, mais uma vez, o indicador contou com forte influência dos preços no atacado. Além disso, no período acumulado de 12 meses até abril (maio de 2007 a abril de 2008), o IGP-DI superou os 10% e tem alta de 10,24% no período.

O preço das matérias-primas (commodities) só aumentam as preocupações, uma vez que o petróleo é negociado acima de US$ 120 o barril, em níveis recordes.

Outro fator que reduz o apetite dos investidores no mercado é a discussão sobre medidas para conter a valorização do real em relação ao dólar. O maior risco é de o governo estabelecer algum tipo de pedágio ao capital estrangeiro, como uma nova elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ainda que o alvo dessa medida seja o capital de curto prazo, esse rumor provoca o temor de que outros investidores, mesmo os que buscam ativos de longo prazo, tornem-se mais reticentes em assumir posições aqui, diante da inconstância das regras.

Outro tema que não agrada é o da criação do fundo soberano. Um dos pontos que afetam o mercado de juros é que, ao comprar dólares para compor esse fundo, o governo terá de esterilizar os reais que serão injetados no sistema, possivelmente por meio de emissão de títulos públicos. Isso pode representar, na avaliação de profissionais, o aumento do custo da dívida, que já vem subindo.

Agência Estado
 
SHOPPING
  • Sem registros
Compare ofertas de produtos na Internet

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.