O dia é propício a uma realização de lucros na Bolsa de Valores de São Paulo nesta terça-feira. Na segunda-feira, a Bolsa bateu o seu terceiro recorde seguido de pontuação, fechamento pela primeira vez na história acima dos 70 mil pontos. Mas nesta terça-feira, a queda das bolsas no exterior influenciada por mais um recorde do petróleo (US$ 120,93 o barril em Nova York) exerce uma pressão negativa na abertura, o que deve abrir espaço para uma correção de preços de curto prazo. Isso não apaga, porém, o otimismo dos investidores com a classificação de grau de investimento dada ao Brasil na semana passada pela agência Standard & Poor's.

Às 10h08, o índice Bovespa registrava baixa de 0,63% a 69.735 pontos.

Nos EUA, diante da agenda esvaziada de indicadores da economia hoje, a preocupação dos investidores é com a escalada de alta do petróleo, em meio a expectativa com os balanços corporativos. Num momento em que a inflação surge como o maior risco às principais economias do planeta, essa alta do petróleo causa calafrios nos investidores.

No front interno, a inflação também mostra fôlego. O IPC da Fipe de abril ficou em 0,54%. Por outro lado, a produção industrial de março mostrou ritmo de expansão mais contido. Cresceu 0,4% em relação a fevereiro, segundo o IBGE.

— A indústria está apresentando um bom crescimento mas sem pressionar a capacidade instalada o que reduz o risco de pressão de custos para as empresas — afirma o analista da Alpes Corretora, Fausto Gouveia.

Com a temporada de balanços no auge, a Bolsa fica mais à mercê dos resultados divulgados, que não são poucos. A terça-feira começou com o Banco Itaú anunciando lucro líquido consolidado no primeiro trimestre de R$ 2,043 bilhões, com rentabilidade anualizada de 28,1% sobre o patrimônio líquido médio. O lucro líquido do Itaú ficou ligeiramente abaixo do registrado pelo Bradesco no mesmo período, que foi de R$ 2,102 bilhões.

A TIM Participações registrou prejuízo de R$ 107,929 milhões no primeiro trimestre. A Gafisa teve lucro líquido consolidado de R$ 41,646 milhões no primeiro trimestre de 2008, revertendo prejuízo líquido de R$ 12,552 milhões em igual período do ano passado. Na noite de segunda, Light informou um lucro líquido consolidado de R$ 104 milhões no primeiro trimestre, equivalente a uma alta de 10,2% em relação ao mesmo período de 2007. Após o fechamento hoje ainda saem os resultados de CSN, Embraer e Pão de Açúcar.