O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu nesta segunda-feira ordenar o desligamento de todas as usinas termoelétricas movidas a diesel ou óleo combustível que foram acionadas em dezembro passado, em um momento de pouca chuva, para economizar água dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Somadas, essas termoelétricas têm capacidade para gerar de 2,2 mil megawatts (MW) a 2,5 mil MW.

Na prática, essas termoelétricas já vinham sendo desligadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), nas últimas semanas. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que preside o CMSE, disse, após a reunião do comitê, que as usinas térmicas movidas a gás e a carvão continuarão funcionando, gerando 3,6 mil MW no total.

— Vamos manter essas usinas por zelo. Preferimos pecar por excesso do que por falta de zelo — disse o ministro.

Argentina

Lobão observou que o governo inicia na próxima semana a remessa de energia para a Argentina.

— Dava para mandarmos energia para a Argentina com (todas) as térmicas desligadas, mas, por segurança, vamos manter parte delas funcionando — disse.

Segundo Lobão, o fornecimento de energia para a Argentina começará com 500 MW, mas, já no fim da próxima semana, chegará a 800 MW. O ministro informou que o CMSE voltará a se reunir na próxima semana e avaliará novamente a situação da produção de energia no país após o desligamento das térmicas movidas a diesel e a óleo combustível.

Conforme Lobão, o Brasil economizará R$ 300 milhões por mês com o desligamento das termoelétricas. Ele disse que está "tranqüilo" em relação à segurança na produção de energia no país para o próximo ano.