Começou nesse final de semana o Concurso Leiteiro da Expozebu 2008. A ocasião é de comemoração para os produtores que trabalham com raças zebuínas de aptidão leiteira: 30 anos de participação no concurso, que ocorre no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG).

Como destaque do tradicional torneio, a raça Gir promete bons resultados ao final das ordenhas.

 

– A produtividade do Gir cresceu bastante. Ela, bem dizer, quase dobrou ao longo desses 30 anos – afirma o diretor técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGil), Aníbal Eugênio Vercesi.

Segundo Vercesi, já faz alguns anos que a vaca da raça Gir tem ganhado concursos na faixa dos 40 quilos de leite. A perspectiva do diretor para esta edição é de que os animais concluam o torneio alcançando até 45 quilos em produtividade.

O especialista atribui a evolução da raça a um programa de seleção, ou programa de avaliação genética, iniciado em 1985. Aníbal Vercesi explica que o programa foi o primeiro desenvolvido no mundo destinado à produção de leite das raças zebuínas.

– Ano passado o Gir fechou o ano com 52% do sêmen produzido para leite no país de uma raça nacional – afirma.

O resultado, conta Vercesi, gerou 667 mil doses de sêmen comercializadas, e fez do Gir Leiteiro a raça campeã de vendas de sêmen entre todas as raças nacionais.

Um concurso raça a raça

O Torneio Leiteiro consiste em três ordenhas diárias: às 6h, 14h e 22h. Até esta terça-feira, quando termina a competição, serão feitas, ao todo, 10 ordenhas consecutivas em cada animal.

Vercesi explica que haverá uma vaca campeã de cada raça. De acordo com ele, não é possível se fazer comparações:

– Não, porque são raças com programas de seleção diferentes. Por exemplo, a seleção do Gir é só para leite. Em outros casos, a raça oferece aptidão para leite e carne. Cada programa atende às peculiaridades para o nicho de cada raça no mercado.

O faturamento vem dos cruzamentos

Embora venha se despontando no mercado nacional do leite, o diretor da ABCGil informa que o Gir Leiteiro como raça pura ainda tem participação pouco significativa no país.

– O efetivo do rebanho nacional ainda é reduzido. Só que é uma raça que nos últimos anos tem crescido muito – argumenta.

Inclusive na produção de embriões.

– Tanto por transferência quanto por FIV (Fertilização In Vitro) – diz Aníbal Vercesi, e acrescenta:

– Mas a participação maciça do Gir se dá por cruzamento, da formação do Girolando.

O que, segundo ele, resulta em bons negócios na comercialização do sêmen:

– Se estima, segundo dados da Embrapa, que 70% a 80% do leite produzido no país vêm de animais cruzados.

CANAL RURAL