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 | 01/05/2008 16h38min

Aumento de combustíveis foi adequado e não há mais a caminho, diz Gabrielli

Presidente da Petrobras elogiou decisão de reduzir a Cide para não prejudicar consumidor

Um dia após o anúncio do aumento de 10% do preço da gasolina e de 15% do diesel nas refinarias, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, classificou como "adequado" o tamanho dos reajustes, em entrevista direto de Nova York. O executivo afirmou que não seria correto repassar ao mercado brasileiro aumento dos combustíveis em magnitude semelhante às elevações no mercado internacional.

Segundo Gabrielli, a "eficiência" é a chave para não reajustar os preços no Brasil junto com a oscilação do petróleo no mercado internacional e garantiu que não há novas elevações a caminho. Desde o último aumento de preços implementado pela Petrobras, em 2005, o petróleo teve escalada de US$ 60,00 por barril para mais de US$ 100,00 no mercado internacional — nas máximas atingidas no começo desta semana, chegou perto dos US$ 120,00. O executivo apontou que mais de 70% dos custos da Petrobras na área de produção de petróleo estão ligados ao preço da commodity no mercado externo, sendo que 50% de impostos seriam pagos a preços internacionais.

Ao ser questionado se isto não justificaria que os reajustes no mercado brasileiro fossem mais freqüentes, Gabrielli emendou que "não necessariamente".

— Significa que temos de ser mais eficientes.

Quanto à discrepância entre o forte avanço dos preços internacionais do petróleo e o nível dos aumentos anunciados ontem, o presidente da Petrobras acredita que, no caso particular do Brasil, "defasagem (de preços) é um conceito que precisa ser analisado a longo prazo". Para o país, "o ajuste de preços foi adequado na conjuntura atual", disse ele, na sede da ONU, em Manhattan, onde estava reunido com outros 19 lideres da iniciativa privada, ONGs e sindicatos para o primeiro encontro de 2008 do Conselho-Diretor do Pacto Global, do qual faz parte.

Gabrielli fez questão de destacar que o aumento de preços foi uma "decisão comercial". Uma atividade normal da empresa, que define preços em função das condições do mercado e dos custos.

— É uma decisão absolutamente normal, não tem nada de excepcional — afirmou.

Segundo ele, como a empresa não alterava os preços da gasolina no Brasil por "muito tempo, provocou repercussão na sociedade. Mas é uma atividade absolutamente normal em uma empresa, a de definir preços", reiterou.

Gabrielli, contudo, elogiou a equipe econômica, dizendo que "o governo agiu corretamente" para minimizar os impactos do aumento (às pressões inflacionárias), ao reduzir a cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) — na gasolina, a Cide cairá de R$ 0,28 por litro para R$ 0,18, no diesel, de R$ 0,07 para R$ 0,03 por litro. Com isso, acrescentou Gabrielli, "o aumento da gasolina não deve ter nenhum impacto para o consumidor e o impacto do diesel é muito pequeno no IPCA".

Agência Estado
 
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