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 | 01/05/2008 05h14min

Passagem de Lair Ferst pela Assembléia provoca bate-boca

Em 2007, sistema indica visitas de indiciado a deputados tucanos

Adriana Irion  |  adriana.irion@zerohora.com.br

A informação do relator da CPI do Detran, Adilson Troca (PSDB), de que o empresário Lair Ferst, investigado pela Operação Rodin por suposta participação na fraude milionária na autarquia, estaria disposto a depor à comissão provocou nesta quinta-feira um novo choque entre deputados que investigam o escândalo.

A manifestação de Troca foi publicada ontem pela colunista Rosane de Oliveira, de Zero Hora. Em resposta, a deputada Stela Farias (PT) divulgou registro da portaria da Assembléia segundo o qual Ferst foi à Casa no dia 7 de março de 2007. O destino informado pela portaria seria o gabinete de Troca.

— Teria o deputado Troca também se encontrado em algum bar com Lair? Como pode saber tanto o que ele quer falar? — provocou a petista.

Stela mostrou outros quatro registros de ingresso de Ferst na Assembléia em 2007, nos dias 14 de março, 21 de março, 31 de outubro e 19 de dezembro. Nesses casos, o destino informado é o gabinete da deputada Zilá Breitenbach, líder da bancada do PSDB. Procurado por Zero Hora, Ferst disse que não esteve no gabinete de Troca e que apenas entregou convite de formatura no dia 19 de dezembro no gabinete de Zilá.

Troca reagiu dizendo que Stela "ultrapassou os limites da política". E contra-atacou:

— A deputada está sendo maldosa ou esqueceu. Lair Ferst, por meio de seu advogado, protocolou na comissão, em 28 de março, um requerimento se colocando à disposição para ser ouvido e dizendo que queria esclarecer os fatos.

Troca negou ter visto Ferst recentemente, muito menos em seu gabinete.

— Acho que a última vez que o vi foi antes da campanha, em 2006 — garantiu o deputado.

Petista diz que plano de trabalho de Troca é inexeqüível

Stela destacou que o dia 7 de março coincide com a época em que estava sendo tratada a mudança de fundações no contrato do Detran.

A proposta de cronograma de trabalho apresentada pelo relator na última sessão da CPI também foi criticada por Stela:

— É um plano inexeqüível, que chega a colocar cinco pessoas para depor numa quinta-feira, dia em que a sessão começa às 18h. O plano mostra interesse em obstruir os trabalhos da CPI e também serve para comprovar a necessidade de prorrogação.

Stela afirmou que, pela forma como organizou o cronograma, Troca não teria tempo para fazer o relatório de conclusão dos trabalhos.

— Esse é um problema meu. Vou trabalhar de manhã, de tarde e de noite e vou terminar o relatório. E antes de entregá-lo vou apresentá-lo aos deputados. Ela está baixando o nível, e não tenho medo de confronto - respondeu o relator.

Conforme o presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira (PT), dos depoimentos aprovados, alguns devem ser descartados nos próximos dias, já que a prioridade da comissão é "localizar o destino do dinheiro desviado na fraude e identificar responsabilidades políticas".

 
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