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 | 30/04/2008 18h07min

Crise dos alimentos pode durar até 10 anos, diz Cassel

Ministro defende agricultura familiar como forma de proteção contra altas dos preços no mercado internacional

A crise mundial causada pelo aumento dos preços dos alimentos deve se estender por cinco a dez anos, de acordo com o ministro de Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, que atribuiu à agricultura familiar o fato de os preços terem crescido bem menos no Brasil que no mercado internacional.

– É muito importante perceber que, enquanto no mundo todo a cesta de alimentos aumentou em torno de 83%, aqui no Brasil ela aumentou 25%. Ou seja, o Brasil está mais protegido nessa crise porque vem apostando muito em quem produz alimentos, como os agricultores familiares, os assentados da reforma agrária – disse Cassel, após participar de plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), em Brasília.

O ministro explicou que o Brasil tem o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), assistência técnica, programa de aquisição de alimentos, seguro agrícola e uma produção muito diversificada de alimentos a partir da agricultura familiar, que são os diferenciais. Por isso, ele defende mais reforma agrária.

– A crise atual mostra como foi correta a escolha do governo de apostar no fortalecimento da agricultura familiar dos assentamentos de reforma agrária. Se não fosse isso, hoje nós teríamos preços muito acima dos de mercado. Então, acho que a resposta que o Brasil deve dar para essa crise de alimentos é mais reforma agrária e mais agricultura familiar – afirmou.

Despreparo

O presidente do Consea, Renato Maluf, concorda que o Brasil tem mecanismos de proteção, como programas de agricultura familiar e segurança alimentar, que diminuíram os impactos da crise, mas considera que o país não está totalmente preparado para enfrentar o que vem pela frente.

– Por isso, nossa principal reivindicação é a implementação de uma política nacional de abastecimento, a partir da qual o Estado recupere alguns instrumentos de intervenção que perdeu – comentou.

Ele ressatou, entretanto, que as manifestações populares ao redor do planeta são a prova de que a alta dos alimentos atingiu as populações mais pobres. Para evitar um impacto maior por aqui, Maluf destacou que o Estado precisa recuperar a capacidade de regular o mercado de alimentos, principalmente, com mais estoques.

AGÊNCIA BRASIL
 
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