O aumento do preço de matérias-primas (commodities), como petróleo e metais, também sustentou o descolamento em alta do índice Bovespa das quedas das bolsas internacionais e isso favoreceu o declínio da moeda americana no mercado à vista. No fechamento, o dólar comercial cedeu 0,48%, a R$ 1,661 no mercado interbancário de câmbio.

O dólar fechou em baixa no mercado doméstico de câmbio, no retorno do feriado nacional na segunda-feira. Na sexta-feira passada, a taxa de câmbio teve leve correção para cima por causa de rumores sobre eventual aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investidores estrangeiros em títulos da dívida pública brasileira.

Embora essas especulações não tenham sido confirmadas pelo governo e diminuíram um pouco, a perspectiva da reunião mensal de abril do Conselho Monetário Nacional (CMN) na próxima quinta-feira mantém os investidores em compasso de espera.

Ainda assim, os recordes registrados pelo euro e também pelo barril de petróleo em Nova York em meio ao aumento do diferencial de juros interno e externo serviram de motivação para os investidores estrangeiros retomarem "posições vendidas" (aposta na queda das cotações) em dólar futuro, o que ajudou a enfraquecer as cotações da moeda no mercado à vista.

No acumulado do mês, o dólar registrou queda de 5,25%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar à vista fechou em baixa de 0,45% a R$ 1,6605. O volume total à vista negociado somou cerca de US$ 2,7 bilhões.

O fluxo cambial diário aparentemente positivo e a informação de que o saldo comercial continuou superavitário na terceira semana de abril também favoreceram a retomada da queda do dólar. O superávit da balança comercial na terceira semana de abril somou US$ 260 milhões, com exportações de US$ 3,279 bilhões (média diária de US$ 655,8 milhões) e importações de US$ 3,019 bilhões (média diária de US$ 603,8 milhões). O superávit acumulado no mês é de US$ 1,421 bilhão e, no ano, de US$ 4,258 bilhões.

No início da tarde, no mercado internacional, o euro superou a barreira de US$ 1,60 pela primeira vez e chegou a ser negociado a US$ 1,6021, no recorde histórico de alta em relação à moeda norte-americana.