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 | 18/04/2008 20h43min

Defesa de Cacciola recorre de extradição, diz advogado

Advogado Carlos Ely Eluf informou que recurso foi impetrado nesta sexta-feira

Após a justiça de Mônaco sentenciar a extradição de Salvatore Cacciola, ex-dono do banco Marka condenado a 13 anos de prisão no Brasil, a defesa do banqueiro informou nesta sexta-feira que entrou com recurso no Tribunal de Cassação do país contra a decisão judicial. O príncipe Albert II de Mônaco é quem vai determinar se a decisão judicial será cumprida.

O advogado Carlos Ely Eluf, que representa o banqueiro no Brasil, disse que a defesa quis apontar contradições na sentença da justiça do Principado em relação ao pedido brasileiro de extradição.

— Ela (a sentença) fala em muitos trechos que é para negar a extradição e outros pra concedê-la — disse Eluf.

O defensor voltou a anunciar que também vai recorrer da extradição na Corte Européia de Direitos Humanos, em Estrasburgo, na França.

O caso

Salvatore Cacciola estava foragido desde 2000, quando foi preso em Mônaco, pela Interpol, no dia 15 de setembro. Ele foi condenado a 13 anos de prisão pela Justiça brasileira em 2005 por gestão fraudulenta, corrupção passiva e peculato.

Cacciola só passou 37 dias na cadeia. Depois de um habeas corpus concedido pelo STF, ele fugiu para a Itália, de onde não foi extraditado por ter cidadania italiana. Agora, o governo tenta a extradição dele.

O ex-banqueiro se envolveu em um escândalo em janeiro de 1999, quando o real sofreu uma maxidesvalorização em relação ao dólar: o Banco Central (BC) elevou o teto da cotação do dólar de R$ 1,22 a R$ 1,32.

Com muitas dívidas assumidas em dólar, Cacciola teria pedido ajuda ao então presidente do BC, Francisco Lopes, que vendeu dólares por um preço mais barato do que o do mercado. A operação resultou num prejuízo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.

Na época do episódio, Francisco Lopes alegou que o dinheiro foi emprestado ao Marka e ao FonteCindam para evitar uma crise que abalaria todo o sistema financeiro nacional.

Em outubro de 2001, a Justiça determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico e a indisponibilidade de bens de alguns dos envolvidos no caso: Salvatore Cacciola, Francisco Lopes, ex-diretores de BC Cláudio Mauch e Demósthenes Madureira de Pinho Neto e da diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi. Na mesma ocasião, Teresa foi afastada do cargo.

Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou Francisco Lopes a dez anos de prisão por peculato — crime em que um funcionário público use o cargo para apropriar-se de dinheiro ou beneficiar outros ilegalmente.

Na mesma sentença, foram condenados a ex-diretora do BC, Tereza Grossi a seis anos, e Cacciola. As informações são do site G1.

Cacalos Garrastazu  / Zero Hora

Ex-banqueiro foi condenado no Brasil a 13 anos de prisão por crimes de gestão fraudulenta, peculato e corrupção passiva
Foto:  Cacalos Garrastazu  /  Zero Hora


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