Na contramão da alta do dólar ante o euro e o iene nos mercados internacionais de moedas, no Brasil o dólar manteve-se em baixa nesta terça-feira devido à previsão de aumento da Selic, taxa básica de juros, amanhã. Fundos estrangeiros vêm reduzindo apostas de alta da cotação em relação à moeda brasileira, o que ajuda a enfraquecer o preço.

— Com a perspectiva de elevação do diferencial de juros interno e externo, o mercado cambial está sendo movido principalmente pela movimentação em torno das arbitragens — afirmou um operador.

A moeda americana recuou 0,24% e fechou cotado a R$ 1,683, tanto no caso do dólar comercial quanto no do dólar negociado à vista na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Com o fluxo cambial reduzido, o giro financeiro total à vista manteve-se em cerca de US$ 2,080 bilhões.

No exterior, o dólar encontrou suporte para subir nos indicadores americanos divulgados hoje, melhores do que o esperado. O relatório mensal do Tesouro dos EUA mostrou que o fluxo de investimento estrangeiro continua positivo e aumentou para US$ 64,1 bilhões em fevereiro, de US$ 35,7 bilhões em janeiro. O índice de atividade industrial Empire State do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de Nova York também superou as expectativas dos analistas. O núcleo (sem preços de energia e alimentos) do índice de preços ao produtor americano (PPI) também agradou.

O PPI subiu 1,1% em março ante 0,3% em fevereiro, mas o núcleo do índice veio em linha com as expectativas, ao subir 0,2% em março, ante elevação de 0,5% em fevereiro. Já o índice Empire State sobre a atividade no setor de manufatura voltou para território positivo, ficando em 0,63, depois de apontar -22,23 em março.