| 14/04/2008 19h06min
Representantes de organizações não-governamentais ligadas à soberania alimentar defenderam nesta segunda-feira, dia 14, primeiro dia da 30ª Conferência Regional da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), uma moratória internacional contra os biocombustíveis, entre eles o etanol e o biodiesel brasileiros.
– Queremos fazer uma chamada urgente contra os agrocombustíveis por uma América Latina e Caribe sem fome – afirmou o representante do Comitê Internacional de Planejamento de ONGs para a Soberania Alimentar, Saul Lopez.
Ele lembrou a afirmação feita também nesta segunda-feira na Alemanha pelo relator especial da Organização das Nações Unidas para o Direito à Alimentação (Fian), o suíço Jean Ziegler, que classificou a produção em massa de biocombustíveis como um “crime contra a humanidade”.
O argumento das ONGs é o de que o estímulo aos biocombustíveis compete com a produção de alimentos e gera conflitos nos países pobres. O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, afirmou no encontro que o embate entre alimentos e biocombustíveis não se aplica à realidade brasileira pelas “dimensões continentais” do país:
– Podemos, perfeitamente, pelas nossas características territoriais, compatibilizar as duas coisas. Podemos calçar bem o desenvolvimento do país em várias frentes, inclusive usando também os biocombustíveis para dar maior apoio e maior renda aos pequenos produtores – concluiu o ministro.
A 30ª Conferência Regional da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação vai até sexta-feira, dia 18, no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF).
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