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 | 14/04/2008 17h14min

Inadimplência no país cresce 6,5% no trimestre, diz Serasa

Só em março, o calote subiu 4,7% na comparação com o mesmo mês de 2007

O maior comprometimento da renda do brasileiro com o crediário já começa a ter reflexos, ainda que discretos, na inadimplência. No primeiro trimestre, o calote do consumidor aumentou 6,5% em relação a igual período de 2007, segundo o Indicador Serasa de Inadimplência, que reúne dados de todo o país. Só em março, o calote subiu 4,7% na comparação com o mesmo mês de 2007. A alta foi de 9,8% ante fevereiro.

— Neste ano, estamos observando um crescimento gradual da inadimplência — observa o gerente de Análise Setorial da Serasa, Marcos Abreu.

O indicador reúne informações sobre cheques sem fundos, títulos protestados, dívidas vencidas com bancos, financeiras e cartões de crédito.

O dado mais significativo do indicador é o aumento da inadimplência das dívidas com cartões de crédito e financeiras.

O valor médio das pendências no primeiro trimestre foi de R$ 446,06, cifra 37,5% maior em relação à registrada no mesmo período de 2007.

— Há uma sinalização perigosa na inadimplência do cartão de crédito — diz Abreu.

Ele observa que houve um acesso maior ao cartão de crédito por consumidores que não estavam acostumados a usar esse meio de pagamento.

Além disso, diz o economista, contribuiu para o aumento da inadimplência em geral a expansão do endividamento, puxada pelo alongamento dos prazos, pelos juros menores nos últimos meses e pela recuperação dos rendimentos.

Com o aumento da inflação dos alimentos neste início de ano e das despesas típicas do período com impostos (IPVA, IPTU) e educação, o quadro mudou.

— A inflação subiu e sobraram menos recursos para pagar as dívidas — diz ele.

Outro indicador de março confirma que a inadimplência do consumidor aumentou. O índice de inadimplência líquida da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) encerrou o mês passado com variação de 7,6%. É a maior taxa para um mês de março desde 2001. Está 0,5 ponto percentual acima da inadimplência líquida de março do ano passado e é 0,7 ponto percentual maior do que o dos últimos cinco anos para o mês de março.

A inadimplência líquida é o saldo entre o número de crediários inadimplentes com prestações em atraso acima de 30 dias e os carnês que foram renegociados, dividido pelas vendas financiadas de três meses anteriores.

Agência Estado
 
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