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 | 14/04/2008 08h43min

Preço do leite longa vida sobe 20% e deve seguir em alta

Expectativa do setor é de que produto alcance os mesmos valores de 2007

Marcelo Lara  |  reportagem@canalrural.com.br

O preço do leite longa vida já aumentou cerca de 20% no primeiro trimestre e deve continuar em alta em 2008. A previsão tem como base a entressafra que se inicia e reduz a quantidade do leite in natura disponível para beneficiamento, e a valorização do mercado mundial de lácteos, cuja produção ainda está abaixo da demanda. Outro fator é o aquecimento do mercado interno, que deve ajudar a sustentar o preço do leite e de seus derivados.

O mercado internacional continua aquecido. O leite em pó, por exemplo, vem acompanhando a alta das commodities e serve de termômetro para o setor: em 2007, alcançou a cotação de US$ 5,5 mil a tonelada. Hoje, o produto está em torno de US$ 4,3 mil.

 

Em 2008, o destaque é o leite longa vida, que nos primeiros três meses se manteve em alta com valores maiores do que os praticados no mesmo período do ano passado. Para a Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV), a tendência é que este ano os preços se aproximem dos registrados em 2007.

Em seis meses, cerca de R$ 2,3 bilhões foram gastos no Brasil com aquisições de indústrias lácteas. O resultado é reflexo do bom momento no mercado do leite, que no ano passado trouxe de volta a rentabilidade para os produtores. Uma mudança de rumos, já que há mais de 15 anos o setor praticamente não recebia investimentos.

O produtor acompanha atento às mudanças, e timidamente vai acreditando na estabilidade e investindo. Na propriedade de Mário José Caetano Afonso, em Minas Gerais, as vacas ganharam até uma sombra extra para as altas temperaturas na região do Triângulo Mineiro.

Afonso, aliás, foi muito além disso: substituiu 40 das 170 vacas que mantêm na fazenda por outras mais produtivas. Dos 950 litros que costumava produzir, passará para 1,4 mil litros de leite por dia, na entressafra.

O produtor alterou também o manejo do rebanho para aproveitar o melhor mercado nesta época. Um investimento de R$ 80 mil, incluindo a renovação da pastagem.

– Estou confiante, acredito que agora dá pra gente apostar mais no leite com uma certa tranqüilidade. Parece que até o final do ano pelo menos a tendência é manter os preços estáveis, sem aqueles altos e baixos que deixam a gente sem rumo – disse Afonso.

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