| 14/04/2008 06h54min
O diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, advertiu que se o preço dos alimentos se mantiver elevado, muitos países em desenvolvimento, especialmente na África, sofrerão conseqüências terríveis. Ele frisou que o problema poderá também criar um desequilíbrio comercial que terá impacto sobre importantes economias desenvolvidas.
– Portanto, não é apenas uma questão humanitária – advertiu.
Se a tendência se mantiver em países como Haiti, Egito e Filipinas, que já sofrem agitação social devido ao aumento do preço dos alimentos e à falta dos mesmos, "centenas de milhares de pessoas morrerão de fome, e crianças sofrerão de subnutrição", alertou Strauss-Kahn.
Ele deu as declarações numa entrevista coletiva após um dia de reuniões do comitê financeiro e monetário internacional (IMFC, na sigla em inglês), principal órgão consultivo do FMI, sobre a crise financeira global.
– Vários países em desenvolvimento, especialmente países com baixo rendimento, enfrentam um forte aumento no preço dos alimentos e combustíveis, que por sua vez têm forte impacto sobre as camadas mais pobres da população – argumentou o diretor.
O comitê instou o FMI a trabalhar em estreita colaboração com o Banco Mundial e outras organizações para dar aos países em desenvolvimento o apoio financeiro e a consultoria de estratégia para enfrentar estes problemas.
Pouco antes, a ministra alemã para o Desenvolvimento, Heidemarie Wieczorek-Zeul, apelou a um maior controle do mercado global de biocombustível para evitar que sua expansão aumente o preço dos alimentos.
– É inaceitável que a exportação dos agrocombustíveis seja uma ameaça à situação de abastecimento de pessoas que já vivem na pobreza – disse.
Ela afirmou que o mundo precisa harmonizar seus objetivos, incluindo a mitigação das alterações climáticas, segurança alimentar e desenvolvimento social.
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