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 | 10/04/2008 21h39min

Ameaça de invasão do MST põe polícia de prontidão no PA

Movimento prometeu fechar a ferrovia de Carajás mesmo correndo o risco de enfrentar uma tropa de 500 PMs

A mobilização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para fechar a ferrovia de Carajás a qualquer momento, segundo promessa da entidade, está assustando não apenas a Companhia Vale do Rio Doce, empresa responsável pelo transporte de minério de ferro pelos trilhos que ligam o Pará (PA) ao Maranhão, mas também fazendeiros da região.

O MST anunciou nesta quinta-feira que não recuará de seu propósito, mesmo correndo o risco de enfrentar uma tropa de 500 homens da Polícia Militar (PM), de prontidão há 48 horas em Parauapebas. Um helicóptero da polícia sobrevoou nesta quinta o acampamento dos manifestantes.

O movimento não entra em detalhes sobre suposta ocupação da ferrovia pelas 4 mil pessoas mobilizadas para, até o dia 17 próximo, lembrar os 12 anos da morte de 19 sem-terra em Eldorado dos Carajás.

Até esta quinta, 1,5 mil manifestantes já armaram barracas no assentamento Palmares II, onde o MST montou seu quartel general da manifestação.

"Queremos que a Vale tenha responsabilidade social e ambiental, e também pague os royalties que deve para melhorar a vida do povo da região", diz um manifesto distribuído pelos sem-terra.

Por decisão da 41ª Vara Cível do Rio de Janeiro, o coordenador nacional do MST, João Pedro Stedile, terá de pagar multa de R$ 5 mil por "ato violento ou interrupção em áreas próximas de estabelecimentos da Vale" nos Estados onde ela atua.

O movimento recorreu ontem dessa decisão, alegando incompetência da Justiça carioca para julgar o caso, porque o domicílio de Stedile seria em São Paulo e não no Rio de Janeiro.

Vale

Para a Vale, o MST representa uma ameaça à segurança pública da região e aos que trabalham e produzem na empresa, além do setor produtivo paraense. Também afirma que as reivindicações do movimento nada têm a ver com o papel da empresa na região e que deveriam ser dirigidas aos governos federal e estadual.

Em Belém, o presidente da Vale, Roger Agnelli, comentou ao Jornal Nacional os ataques do MST à companhia.

— Estão batendo na porta errada. Eles deviam bater na porta da Caixa Econômica Federal, ou eles deveriam bater na porta do governo estadual ou federal, e não na porta da Vale. A Vale não tem nada com isso. Nós temos alguma coisa a ver com reforma agrária? Não. Totalmente criminoso feito por bandidos, que não respeitam a lei e não respeitam a democracia e fazem um discurso dizendo que respeitam e querem a democracia e não respeitam a democracia — declarou.

Agência Estado
 
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