A base aliada do Planalto vai fazer "de tudo", nas palavras do líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), para evitar a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) exclusiva do Senado destinada a investigar irregularidades nos cartões corporativos.

— É jogar dinheiro na lata do lixo, isso virou uma brincadeira — disse Fontana, certo de que a CPI mista pode cumprir seu papel e não é necessário a criação de outra.

A oposição no Senado, por sua vez, cobra o compromisso do presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), de fazer nesta terça-feira a leitura do requerimento de criação da nova CPI. A leitura não significa, contudo, a instalação da comissão. Só depois de ler o requerimento, os líderes partidários indicam seus representantes na comissão. Se a base aliada não escolher seus nomes, Garibaldi tem a prerrogativa de fazer as indicações. Após a composição, a CPI é instalada e são escolhidos seus presidente e relator.

Os líderes do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), e do PT, Ideli Salvatti (SC), no Senado são contrários à nova CPI e vão externar suas posições em almoço oferecido aos líderes partidários por Garibaldi na residência oficial da Casa. Para Ideli, a oposição deseja com a CPI exclusiva antecipar a disputa eleitoral.