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 | 07/04/2008 07h00min

Pacote do governo prepara estímulo às exportações

Ministro diz que o anúncio será feito nos próximos dias

Devem ser anunciadas nos próximos dias as medidas para estimular a indústria do país, disse nesse domingo, dia 6, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. O pacote, com itens específicos para incentivar as exportações, será anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Bernardo afirmou a jornalistas em Miami (EUA), onde participa da reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento, que as medidas estão prontas desde o fim do ano passado, mas foram adiadas após o governo ter perdido uma importante fonte de receita, a CPMF.

– O plano foi redimensionado. Os ministros (da Fazenda) Guido Mantega e (do Desenvolvimento) Miguel Jorge fizeram uma série de cálculos e agora ele (o pacote) será levado ao presidente, que o anunciará nos próximos dias – afirmou Bernardo.

Coordenação dentro do governo é um desafio

Os recursos para financiar o programa que abrange 24 setores e dezenas de ações virão do BNDES - que contribuiria com cerca de R$ 70 bilhões nos próximos três anos - e de fundos de incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico. A grande dúvida do grupo desenvolvimentista, contudo, é o nível de desoneração. Se não houver redução dos custos industriais, ficará difícil tornar as empresas brasileiras mais competitivas em relação ao resto do mundo.

Fixadas para 2010, as metas são factíveis, disse uma fonte que participa da elaboração do plano, e pelo menos uma é obrigatória: o aumento da participação do Brasil nas vendas mundiais de 1,15% para 1,25%, o que levaria o total exportado para algo em torno de US$ 208,8 bilhões.

O governo não quer restringir as importações, que atendem a uma demanda doméstica causada pelo crescimento econômico e ajudam a conter a inflação, mas reconhece a necessidade mexer nas exportações. O objetivo é evitar um déficit na balança comercial a médio prazo.

– As metas são ousadas, mas devem ser perseguidas. O grande desafio, no entanto, é a coordenação dentro do governo, tendo em vista a quantidade de instrumentos de política industrial existentes – afirmou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro (PTB-PE).

Para especialistas, a amplitude do programa não deve ser considerada um problema. É o que pensa José Ricardo Roriz Coelho, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Segundo Roriz, o importante é a essência do programa e até agora os empresários estão gostando do que vêem.

– É positivo o fato de o governo perceber que está na hora dar prioridade a ações. Esse é um avanço muito importante – disse.

Coelho acredita que o mais trabalhoso será melhorar a interlocução com o setor produtivo. Também será necessário articular todo o processo com os próprios empresários, que são os mais interessados.

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