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 | 03/04/2008 18h05min

Preço do leite pago ao produtor é o mais alto em dez anos

Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul puxam índice

Manuela Bezerra  |  reportagem@canalrural.com.br

O preço do leite pago ao produtor é o mais alto em dez anos. Em março, o preço médio foi de R$ 0,71 o litro, 43% superior à média verificada entre 1998 e 2007. Mas essa alta esconde um problema ainda maior: a média dos três primeiros meses deste ano já é 13% superior ao preço médio do mesmo período de 2005, ano em que os valores bateram recordes nacionais.

Comparando com o ano passado, o preço do litro do leite subiu em todo o Brasil. O Estado que apresentou maior alta foi Minas Gerais, com um aumento de 38%, seguido por São Paulo, onde houve acréscimo de 36% no preços do litro de leite, e pelo Rio Grande do Sul, que registrou correção de 32%.

De acordo com o presidente da Comissão Setorial de Leite da Secretaria de Agricultura de São Paulo, Jorge Rubez, os produtores estão apenas adequando os preços para cobrir os custos da produção, que aumentaram devido à alta da soja e do milho, insumos para a produção de leite.

– O produtor está começando a receber o reajuste dos preços, que estiveram muito baixos. Com os insumos acompanhando na mesma proporção, o preço está satisfatório, mas não tanto para cobrir as despesas – explica Rubez.
 
Já o consultor Daniel Dis acredita que a elevação dos preços está relacionada ao potencial de consumo do brasileiro. De acordo com ele, os preços do leite vêm subindo por causa da demanda aquecida, e isso se deve à melhora no poder de compra da população de baixa renda. Para Dis, o lado financeiro preocupa em função de que existe uma tendência inflacionária no país.

– A pessoa que vai ao supermercado não vai mais com o dinheiro contado e pode se dar ao luxo de comprar leite e requeijão. É a chamada inflação. Estamos em plena safra de leite e os preços estão subindo. É um belo de um indício de que existe uma inflação latente no país – afirma.

Este ano, a previsão é de que o Brasil produza 28 bilhões de litros de leite. As importações serão pequenas, de 350 milhões de litros, e as exportações devem ficar em torno de um bilhão de litros, o equivalente a US$ 500 milhões. Contudo, o valor ainda é pequeno. Para o Brasil, que exporta 5% de sua produção, a principal dificuldade está nos altos subsídios pagos aos produtores internacionais. Mas, de acordo com a comissão setorial do leite, a situação pode mudar. 

– Temos capacidade. Mais de 90% dos nossos pecuaristas de leite são pequenos produtores que obtém menos de 100 litros, e eles ainda respondem por 36% da produção. Se aplicar alguma técnica, você pode triplicar a produção deles – estima Jorge Rubez.

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