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 | 02/04/2008 18h45min

Agricultores argentinos põem fim a três semanas de paralisação no campo

Entidades rurais anunciaram suspensão dos protestos por 30 dias

Quatro entidades que representam 290 mil produtores rurais da Argentina anunciaram uma suspensão de 30 dias na medida de força iniciada no último dia 13 em protesto contra um novo esquema de impostos decretado pelo governo sobre as exportações de grãos. A trégua põe fim a três semanas de greve comercial, bloqueios de estradas e desabastecimento em todo o país. A partir de agora devem ser iniciadas negociações entre o campo e o governo em busca de soluções para as reivindicações que motivaram o conflito.


O anúncio da suspensão dos protestos aconteceu durante um ato realizado por agricultores do país na cidade de Gualeguaychu (270 quilômetros ao norte de Buenos Aires), um dia depois de organizações políticas, sociais e sindicais terem realizado uma grande passeata na capital em apoio ao governo.

Os agricultores argentinos suspenderam o locaute para discutir com o Executivo uma agenda de soluções para a produção de grãos, laticínios e carnes, mas advertiram que retomarão a paralisação e os piquetes em um mês caso não se chegue a nenhum acordo.

Na segunda-feira o governo argentino anunciou que compensará os pequenos produtores – que na prática só pagarão os impostos vigentes até 11 de março, quando o novo esquema tributário foi anunciado – mas os agricultores reafirmaram suas dúvidas sobre essa medida. Os dirigentes rurais asseguraram que um "ponto de inflexão" foi atingido, mas que "a luta continua até a vitória". O apoio da população urbana ao movimento foi considerado uma vitória por seus líderes, que pediram desculpas pelo desabastecimento gerado pela paralisação.

– Ficar com os contracheques do povo para engrossar o caixa, isso é ser golpista, isso é não ser democrático – disse o dirigente rural Juan Echeverría diante de 30 mil agricultores reunidos em Gualeguaychu, após afirmar que os impostos sobre as exportações vão engordar os bolsos do governo.

A decisão dos agricultores de não enviar sua produção aos mercados e de impedir o transporte de mercadorias afetou não só a chegada de alimentos básicos às cidades, mas também atingiu a atividade industrial por falta de matérias-primas, provocando perdas que especialistas ainda não se atrevem a quantificar.

Além disso, a medida paralisou o mercado da pecuária e o envio de grãos ao Exterior, segmentos nos quais a Argentina é um dos principais produtores e exportadores mundiais. Durante ato de apoio ao governo argentino realizado na terça-feira a presidente do país, Cristina Fernández de Kirchner, vinculou as organizações agrárias com o golpe militar de 1976 e as responsabilizou por "humilhar os argentinos" com o desabastecimento de alimentos.

AGÊNCIA EFE
 
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