O Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) anunciou nesta terça-feira que analisará nos dias 29 e 30 deste mês o caso do atleta paraolímpico sul-africano Oscar Pistorius, que compete usando próteses nas pernas. Ele solicitou ao alto tribunal a anulação da sentença que o impede de competir nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.

A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) decidiu impedir a participação do velocista nos Jogos ou em qualquer outra competição para atletas não-deficientes, argumentando que as próteses podem dar a Pistorius uma clara vantagem competitiva. Em 13 de fevereiro, o atleta de 21 anos recorreu da decisão.

– Este recurso não é só para mim, mas para todos os atletas incapacitados, que merecem a oportunidade de competir entre os melhores se nossos corpos nos permitirem – disse Pistorius.

A decisão da IAAF se baseia em estudos desenvolvidos pelo professor alemão Gert-Peter Brueggemann, que realizou testes com a prótese. Pistorius acrescentou que outros especialistas tinham assegurado a ele que estas avaliações não eram suficientes para julgar se as próteses lhe davam ou não vantagem.

Em meados do ano passado, a IAAF decidiu proibir a participação em suas provas de atletas que usassem determinadas ajudas técnicas que lhes concedessem vantagem, mas diante do pedido do sul-africano e de dados técnicos recebidos, reabriu o caso, o qual posteriormente voltaria a vetar.

Pistorius já competiu em duas provas com atletas sem necessidades especiais em 2001. Foi o segundo colocado na final B dos 400 metros do Meeting de Atletismo de Roma, com o tempo de 46s90, e foi desqualificado por queimar a largada em Sheffield, Inglaterra, em 15 de julho.

O sul-africano, recordista mundial paraolímpico dos 100, 200 e 400 metros, começou a correr cinco anos após uma lesão sofrida em uma partida de rugby. Nove meses mais tarde ganhou o ouro nos 200m dos Jogos Paraolímpicos de Atenas. Agora, continua empenhado em entrar para a equipe de seu país e competir em Pequim.