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 | 14/03/2008 17h49min

Dólar fecha acima de R$ 1,71 com temor sobre crédito

Moeda americana subiu 1,27% nesta sexta-feira e cotação representa os valores mais altos desde 20 de fevereiro

O mercado local acompanhou o agravamento da aversão ao risco lá fora, causado pela deterioração de liquidez do banco de investimento Bear Stearns, que acentuou o temor sobre novas baixas contábeis em instituições financeiras americanas.

No fechamento, o dólar à vista subiu 1,27%, cotado a R$ 1,713 na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). No mercado interbancário de câmbio, o dólar comercial avançou 1,24%, fechando a R$ 1,714.

A cotação de hoje no fechamento representa os valores mais altos desde 20 de fevereiro, quando o dólar fechou a R$ 1,724. O volume financeiro total à vista diminuiu 47%, para cerca de US$ 2,765 bilhões.

No mercado internacional, a moeda americana acentuou sua desvalorização ante as principais moedas estrangeiras acompanhando o declínio dos mercados acionários na Europa e em Wall Street, motivado ainda pelas expectativas de novo corte agressivo — entre 0,75 ponto percentual e um ponto percentual — nos juros básicos americanos na próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o BC americano), que será na terça-feira.

O dólar caiu ao nível recorde de 98,89 ienes, menor valor em 13 anos (desde setembro de 1995), e mais cedo também recuou abaixo da paridade com o franco-suíço pela primeira vez na história e ainda voltou a registrar nova mínima histórica ante o euro, que subiu até US$ 1,5689. Contra o franco-suíço, o dólar recuou a 0,9970 francos por dólar.

A apreensão nos mercados de moedas cresceu esta semana, na seqüência de notícias ruins sobre o setor financeiro que culminaram, hoje, no anúncio de que o Bear Stearns foi obrigado a aceitar a linha de crédito emergencial do Fed, conhecida como redesconto, por meio da intervenção do JPMorgan e da unidade distrital de Nova York do Fed, disse Samarjit Shankar, estrategista sênior de câmbio do Bank of New York Mellon em Boston.

Em conseqüência, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito (rating) de contrapartes (longo prazo) do Bear Stearns de A para BBB, o rating de curto prazo foi rebaixado de A-1 para A-3.

Ambos os ratings foram colocados em observação com implicações negativas. Outra agência, a Fitch, rebaixou o rating do Bear Stearns de A+ para BBB.

O anúncio da ajuda ao Bear também ampliou os temores sobre o destino do banco, aumentando a demanda pela segurança dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries). Os juros dos títulos de dois e de cinco anos foram aos menores níveis desde 2003.

Com a piora da crise no crédito, os investidores também aumentaram suas apostas de que o Fed vai cortar os juros de forma agressiva na próxima semana.

O contrato futuro dos Fed Funds (fundos federais de reservas bancárias) para abril continuou a precificar totalmente a expectativa de uma redução de 0,75 ponto percentual e passou a embutir 36% de chance de os juros caírem um ponto percentual, dos atuais 3% ao ano para 2% ao ano na próxima terça-feira.

Internamente, no leilão de hoje, o Banco Central pode ter comprado cerca de US$ 10 milhões. A taxa de corte foi de R$ 1,715. Segundo operadores consultados, o BC teria aceitado duas propostas, de dois bancos. Sete instituições participantes da operação declararam suas ofertas, cujos valores iam de R$ 1,714 a R$ 1,7178. Pelo menos dez instituições dealers não informaram as taxas.

Agência Estado
 
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