Deputados do PT levaram ao plenário da Assembléia Legislativa um release que a assessoria do relator da CPI, deputado Adilson Troca (PSDB), distribuiu à imprensa. No documento, Troca classifica de escandalosas as declarações feitas na CPI pelos ex-presidentes do Detran durante o governo Olívio Dutra, Mauri Cruz e Luiz Carlos Bertotto.

Entretanto,  eles nem começaram a depor na CPI. Os deputados Elvino Bohn Gass (PT), Stela Farias (PT) e Raul Carrion (PC do B) pediram formalmente no plenário que Troca seja impedido de continuar à frente da comissão. O deputado se defende e alega que não sabia do teor do documento: 

— Se alguém fez o documento sem a minha autorização talvez tenha tentado me prejudicar. Eu não aceito. Quem fez será responsabilizado.

O jornalista responsável pelo documento, Rodrigo Wenzel, já pediu exoneração do cargo e Troca aceitou. 

Bertotto nega irregularidades 

Teve início por volta das 18h30min o segundo depoimento de hoje na CPI do Detran, de Cruz, que foi presidente da instituição em 2001 e 2002. Antes, falou à comissão o engenheiro Bertotto, que presidiu o Detran em 1999 e 2000 e defendeu que não foram constatadas irregularidades nas contas neste período.

Em seu depoimento, Bertotto disse que os desvios nos órgãos públicos não se dão pela forma como são feitas as contratações, mas pela ausência de acompanhamento e controle: 

— O importante é ver se os contratos estão funcionando conforme o acordado.

Ele disse também que na sua gestão já havia um contrato em vigor com a Fundação Carlos Chagas, que foi prorrogado, e se recusou a opinar sobre a adequação dos contratos firmados posteriormente.