| 07/03/2008 11h53min
As bolsas americanas abriram em baixa hoje, em reação ao fraco dado sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos em fevereiro, que indicou que os temores do mercado de que a economia dos EUA entre em recessão são bem fundamentados. O mercado também reage ao anúncio do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) de novas medidas para lidar com as acentuadas pressões de liquidez nos mercados de financiamento a termo. Às 11h38min, o índice Dow Jones caía 0,71%, o Nasdaq-100 recuava 0,49% e o S&P 500 cedia 0,61%.
Segundo o Departamento do Trabalho, foram fechadas 63 mil vagas de emprego em fevereiro, após retração de 22 mil em janeiro - dado revisado de queda de 17 mil. A retração na oferta de emprego em janeiro foi a primeira em quatro anos. A de fevereiro foi a maior desde março de 2003. As principais agências de notícias financeiras do exterior previam aumento no número de vagas de trabalho que ficaram disponíveis (payroll) durante fevereiro, segundo pesquisas feitas com economistas. A
pesquisa da
agência Dow Jones previa estabilidade.
"Esta é a evidência mais convincente até agora de que a economia está no que poderíamos qualificar de recessão", disse David Resler, economista-chefe da Nomura Securities. Levando em conta as revisões dos meses anteriores, "pelos dados, nós temos cerca de 200 mil empregos a menos do que pensávamos ter hoje de manhã", destacou Resler.
Os mercados já estavam nervosos antes da divulgação dos dados do mercado de trabalho nos EUA, com o anúncio do Fed de que vai aumentar o montante disponível nos leilões a termo (TAF, a sigla em inglês), a linha de liquidez criada no ano passado para aliviar a pressão por crédito, para um total de US$ 100 bilhões e que vai iniciar uma série de transações de recompra a termo que devem "acumular US$ 100 bilhões". O Fed disse que nos leilões TAF marcados para a próxima segunda-feira (dia 10) e para o dia 24 de março serão colocados US$ 50 bilhões em cada, acima dos US$ 30 bilhões previstos anteriormente.
As notícias
colocaram em evidência os rumores sobre um corte dos juros emergencial. Por volta das 11 horas (de Brasília), os contratos dos Fed Funds (fundos federais de reservas bancárias nos EUA) para abril continuavam a embutir 100% de chance de uma redução de 0,75 ponto porcentual na reunião do Fed de 18 de março e chegaram a indicar 32% de chance de um corte ainda mais agressivo, de um ponto porcentual. Atualmente, o juro básico nos EUA está em 3% ao ano. No fechamento de ontem, o contrato embutia 74% de chance de corte dos juros de 0,75 ponto porcentual e não indicava nenhuma probabilidade de os juros caírem um ponto porcentual.
Entretanto, o presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher, afirmou que as recentes turbulências do mercado não deveriam alimentar as expectativas de que o Federal Reserve irá repetir o corte de juro emergencial que fez em janeiro, quando reduziu o juro básico em 0,75 ponto porcentual e, depois, na reunião regular do dia 30 daquele mês cortou em mais 0,50 ponto
porcentual. Fihser
tem poder de voto no Fed este ano.
No cenário corporativo, a segunda maior seguradora de bônus Ambac informou que levantou US$ 1,5 bilhão em uma oferta de ações e títulos conversíveis na noite de ontem, em linha com o anúncio feito na quarta-feira. A emissão foi feita em uma tentativa de manter a sua nota de crédito (rating) AAA junto as agências de classificação de risco, que assegura o nível de grau de investimento da segura e atesta sua capacidade de arcar com seus compromissos financeiros. As ações ordinárias da Ambac foram ofertadas a US$ 6,75 cada, bem abaixo do valor de fechamento de ontem de US$ 7,42. As ações da Ambac despencaram 12% no pré-mercado em Wall Street.
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