Atualizada às 17h25min

O governo da Nicarágua rompeu hoje suas relações diplomáticas com a Colômbia, anunciou o presidente do país, Daniel Ortega, em entrevista coletiva conjunta com o chefe de Estado do Equador, Rafael Correa, em Manágua.

Correa, disse hoje que, se a Organização dos Estados Americanos (OEA) não condenar a "agressão da Colômbia" a seu país, será preciso jogá-la "na lixeira da História".

— Se esta (agressão) ficar impune, a OEA não servirá para nada. Por isso esperamos uma condenação na Assembléia Geral da OEA em 17 de março — disse Correa antes de se reunir com Ortega.

O presidente equatoriano, que realiza uma viagem por várias capitais latino-americanas para debater a crise gerada com a Colômbia por causa de uma operação militar colombiana no Equador, fez as declarações na sede da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN).

Ortega anunciou que seu governo não está de acordo com a resolução da OEA sobre o conflito com o Equador por essa não ter condenado a incursão colombiana em solo equatoriano em 1º de março.

O chefe de Estado nicaragüense expressou a "solidariedade incondicional" de seu governo a Correa "neste momento onde se está lutando pela convivência e a unidade latino-americana e quando se comete um atentado contra a luta pela unidade".

— Esperamos no mínimo uma condenação clara ao crime cometido pelo governo colombiano contra a soberania e o povo equatorianos — disse ele, em alusão à ofensiva na qual morreu um dos líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes.

Correa, que rompeu relações diplomáticas com a Colômbia na última segunda-feira, chegou hoje a Manágua procedente da Venezuela, após visitar também Peru e Brasil.

De Manágua ele irá hoje mesmo ao Panamá, última etapa de sua viagem por várias capitais latino-americanas para discutir a crise originada com o governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe.

O chefe de Estado equatoriano chegou à Nicarágua um dia depois que o Conselho Permanente da OEA aprovou por unanimidade uma resolução pactuada por Equador e Colômbia que estabelece que o governo colombiano violou a soberania e a integridade territorial equatorianas e os princípios do direito internacional.

EFE