A bancada do PT na Câmara criou na noite desta quarta-feira um novo impasse na novela da instalação da CPI mista dos Cartões. Depois de os partidos chegarem a acordo que deu a presidência da comissão para o PSDB no Senado e a relatoria à bancada do PT na Câmara, os deputados petistas agora discutem a possibilidade de inversão de papéis.

Incomodados com o acordo fechado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), alguns petistas desejam a troca.

— É melhor a presidência do que a relatoria, porque tem mais comando sobre a investigação — argumentou Carlos Zarattini (PT-SP).

O líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE), afirmou que vai conversar com a bancada e com lideranças da base aliada na Câmara e no Senado para decidir a questão:

— Até serem indicados os membros, ainda temos tempo para acertar o acordo. O processo está apenas no meio.

Alguns, mais radicais, chegam a defender que o partido abra mão dos cargos.

— Que o PSDB assuma as duas vagas, talvez isso atenda o que eles querem fazer, que é transformar a CPI numa palhaçada — disse o deputado Marco Maia (PT-RS).

O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), que era contra a cessão de uma das vagas ao PSDB, agora apóia Jucá. A decisão do PT de pedir oficialmente a troca deve ser tomada nessa quinta-feira.

O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), indicado por Rands anteriormente para a relatoria, evitou entrar na discussão. Apesar de deixar nas entrelinhas que deseja a presidência, o petista disse que vai esperar a decisão da bancada.

Para a oposição, o acordo está feito. Na tarde desta quarta-feira, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), indicou a senadora Marisa Serrano (MS) para ocupar a presidência da CPI mista. O G1 tentou entrar em contato com Virgílio para comentar a intenção de petistas de inverter os cargos da CPI, mas ele não foi localizado. As informações são do site G1.