O índice Bovespa iniciou o pregão de hoje em baixa, movimento atribuído à realização de lucros pelos investidores. Às 11h15min, o Ibovespa cedia 0,44% a 64.898 pontos. Os índices futuros de Nova York também estão em baixa e o mesmo rumo se repete nos mercados acionários da Europa.

Mas a alta dos preços dos metais de base e a escalada do petróleo para nível recorde, no início da manhã, podem barrar vendas agressivas nas blue chips da Vale e Petrobras, deixando a pausa da realização de lucros na Bovespa para um outro dia. Os papéis da BM&F devem ter um dia ativo, após a divulgação de seu primeiro balanço como empresa de capital aberto. Às 11h08, as ações ordinárias (ON) da BM&F subiam 5,04% a R$ 18,75, na máxima.

O dia tem um evento de peso: o depoimento do presidente do banco central americano (Fed), Ben Bernanke, às 12 horas (de Brasília), na Câmara dos EUA. Bernanke deve sinalizar que a autoridade monetária segue disposta a cortar a taxa de juros para desviar a economia dos EUA de uma recessão, a despeito dos sinais de ressurgimento de pressões inflacionários. Essa expectativa puniu o dólar ante as principais moedas no exterior e motivou um rali de alta dos preços das matérias-primas - que são denominadas em dólar - pela manhã.

O petróleo futuro para entrega em abril bateu o recorde de US$ 102,08 por barril no pregão eletrônico da Bolsa Mercantil de Nova York durante a madrugada, mas passou a cair e era cotado a US$ 100,67 por barril, às 11h11. Mesmo assim, as ações da Petrobras podem ter uma reação atrasada à alta da commodity pela manhã. Às 11h12, Petrobras ON caía 0,5% a R$ 101,70 e PN cedia 0,18% a R$ 84,25.

Os papéis da Vale seguem "travados" pelas expectativas sobre a formalização ou não de uma proposta de compra da anglo-suíça Xstrata. Ontem, as ações ON da Vale caíram 0,18%, devolvendo na mesma proporção porcentual o ganho do dia anterior. Além disso, segundo fontes, há movimentos de alavancagem com os grandes bancos trocando ações da Vale pela Petrobras. A operação visa ganhar na diferença de preços dos ativos das duas companhias.

Os papéis das duas empresas também aguardam os balanços financeiros de 2007, que serão divulgados amanhã.

Já a BM&F, conforme balanço divulgado hoje, registrou lucro líquido de R$ 293,3 milhões em 2007, mostrando crescimento de 48,7% sobre os R$ 197,2 milhões contabilizados em 2006. A empresa não apresentou comparativos trimestrais, já que seu resultado nos últimos três meses de 2007 leva em conta a abertura de capital da companhia, realizada em novembro do ano passado.

Outro destaque no noticiário da manhã eram os detalhes da venda pelo Citibank de suas ações da Redecard. A oferta secundária da Redecard soma inicialmente 40.692.417 ações ordinárias. A operação poderá ser acrescida de 15% (6.130.860 papéis) a título de lote suplementar. O período de reserva da oferta secundária vai de 5 a 11 de março. Ontem, o papel da empresa fechou a R$ 29,00.