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 | 25/02/2008 16h32min

Bolívia pede ao Brasil que garanta investimentos para elevar produção de gás

Bolivianos produzem 40 milhões de metros cúbicos diários, que subirão este ano para 42 milhões

O governo da Bolívia pediu nesta segunda-feira ao Brasil que assegure o investimento prometido pela Petrobras para aumentar a produção de gás natural e garantir a entrega do combustível tanto ao Brasil quanto à Argentina.

O "Brasil tem que garantir esse investimento", disse em entrevista coletiva o ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, em referência ao compromisso anunciado pela Petrobras em dezembro passado em La Paz. A intenção seria aplicar entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão na Bolívia.

Segundo Villegas, a companhia petrolífera brasileira apresentará seu plano de investimento em meados deste ano.

— Temos que produzir mais gás — acrescentou o ministro ao destacar que o tema energético será, daqui pra frente, um "eixo de preocupação e de definições políticas" na região.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu no sábado passado, em Buenos Aires, com a presidente da Argentina, Cristina Kirschner e da Bolívia, Evo Morales, mas o encontro não gerou nenhum acordo para solucionar os problemas na repartição de gás.

A atual produção boliviana de gás ronda os 40 milhões de metros cúbicos diários, que subirão este ano para 42 milhões, enquanto a demanda do mercado externo e interno está por volta dos 46 milhões de metros cúbicos por dia.

A Bolívia envia entre 27 e 30 milhões de metros cúbicos diários de gás ao Brasil e tem vigente um acordo para exportar 7,7 milhões de metros cúbicos para a Argentina, embora atualmente o fluxo se limite a cerca de três milhões de metros cúbicos.

Morales comentou no domingo que os três países concordaram em trabalhar "de maneira solidária" para encontrar uma solução ao tema e fazer propostas para caso se inicie "um problema muito sério na Argentina" assim que o inverno começar, quando há forte aumento na demanda.

No entanto, o Brasil mantém que não pode ceder à Argentina parte do gás boliviano que recebe, mas não nega que possa enviar eletricidade a seu vizinho para ajudar a atender a demanda durante o inverno.

O ministro boliviano explicou hoje que a reunião dos três presidentes em Buenos Aires concluiu sem acordos porque cada governo possuía até agora informações diferentes sobre a produção e a demanda energética de cada país.

— É preciso homogeneizar essa informação — indicou Villegas, ao detalhar que essa tarefa será realizada pela "coordenadoria energética" integrada pelos ministros de Hidrocarbonetos dos três países, que se reunirá no próximo mês em La Paz.

O funcionário boliviano informou ainda que não só é preciso fechar um acordo sobre o fornecimento de gás para o Brasil e Argentina este ano, mas também encontrar "soluções estruturais" que permitam a maior geração de diversas fontes de energia no Cone Sul.

Villegas antecipou que a Bolívia quer fazer um profundo estudo de seus recursos hídricos com apoio da Argentina e Brasil para explorar as possibilidades de produzir energia em plantas hidroelétricas.

Ele acrescentou que o governo boliviano também está em conversas com a empresa estatal argentina Enarsa para criar uma sociedade anônima mista que efetue estudos sobre prospecção e exploração de hidrocarbonetos.

EFE
 
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