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 | 23/02/2008 05h40min

Verba pública é usada em tratamentos de beleza

Ibama classificou os gastos como "recuperação de animais silvestres" ou "conservação da biodiversidade"

Enquanto parlamentares governistas e de oposição se digladiam no Congresso para comandar as investigações sobre gastos suspeitos com cartão corporativo, a farra com o dinheiro público acontece também em outras formas de pagamento.

Como se fosse apoio administrativo ou até proteção ambiental, o Ibama pagou R$ 23.399,93 nos últimos três anos numa clínica de estética de Goiânia. A despesa feita na Angela e Karina, no bairro nobre Setor Marista, foi publicada no site Transparência, da Controladoria-Geral da União (CGU), responsável pela fiscalização da maior parte da administração federal. Até hoje, porém, ninguém foi punido.

Depois de tomar conhecimento da irregularidade, a própria Superintendência do Ibama em Goiás reconheceu que os pagamentos são irregulares, mas não teriam sido detectados pelos mecanismos de controle usuais. Os desvios teriam sido feitos por uma servidora, cujo nome não foi revelado. Uma sindicância foi aberta para apurar os fatos.

Só no ano passado, a clínica recebeu R$ 10.038,64. Apesar de oferecer apenas tratamento de beleza, como rejuvenescimento e limpeza de pele, parte da despesa foi incluída no programa de trabalho ‘Conservação, Uso Sustentável e Recuperação da Biodiversidade’. A rubrica está prevista no Orçamento da União, aprovado pelo Congresso Nacional. Sem o disfarce do cartão corporativo, a nota foi apresentada como dentro da ação de governo ‘Controle, Triagem, Recuperação e Destinação de Animais Silvestres’.

Verba ambiental

As despesas foram registradas em dias diferentes nos meses de julho, setembro e dezembro. Em 2006, quando a clínica recebeu do Ibama R$ 9.523.87, o pagamento para a Angela e Karina se limitou ao programa de governo de ‘Apoio Administrativo’. O mesmo ocorreu em 2005, quando foram repassados R$ 3.837,42 para o estabelecimento, também sob essa rubrica. Só no ano passado, os responsáveis chegaram ao ponto de usar verba ambiental na clínica.

Segundo o site da CGU (www.transparencia.gov.br), as despesas foram efetuadas pela Gerência Executiva do Ibama em Goiás. Ao contrário dos gastos com o cartão de crédito corporativo, pagamentos feitos através de programas de trabalho comuns não têm o nome do responsável divulgado. O centro de estética, registrado na Receita Federal sob o CNPJ 01.075.324/0001-51, tem como atividade exclusiva tratamento de beleza.

As informações são do site O Dia.

 
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